O conjunto regido pelo maestro Ricardo Kanji apresenta os marcos da história da música brasileira no recital Brasil 500
O conjunto Vox Brasiliensis, dirigido pelo flautista e maestro Ricardo Kanji e integrado por Camilla Falleiro (soprano) e Guilherme de Camargo (guitarra romântica e violão), apresenta-se no dia 13 de julho, terça-feira, às 18h30, no programa RUMOS MUSICAIS do ITAÚ CULTURAL.
O recital Brasil 500 – História da Música Brasileira, vai retratar cada etapa da produção nacional em uma pintura musical, por meio de um repertório escolhido após extensa pesquisa. O objetivo é proporcionar uma idéia significativa da musicalidade de cada fase e de seu contexto histórico. O recital vai do bucolismo árcade expresso nas modinhas do século XVIIII à sátira sagaz da sociedade e de seus costumes. Com uma diversidade de ritmos e matizes sonoros, aponta os vários estágios da música que formariam uma identidade genuinamente nacional.
O PROGRAMA
Marinícolas, de um compositor anônimo do século XVII, com letra de Gregório de Matos
Você Trata Amor em Brinco, de Marcos Portugal (1762 – 1839)
De mim já não se Lembra, de Antônio José da Silva (1705 – 1739)
Lições XIX, XXII, XXIII e XXIV, de Luís Álvares Pinto (1713 – 1789)
Acaso são estes, Foi-se Josino e Deixou-me (lundu), de compositores anônimos, recolhidas pelo naturalista austríaco Carl Friedrich von Martius entre 1817 e 1820
Lá no Largo da Sé Velha, de Cândido Inácio da Silva (1800 – 1838)
Quem Sabe Conselhos, de Carlos Gomes (1836 – 1896)
Lua Branca, de Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935)
Abismo de Rosas, de Américo Jacomino Canhoto (1889 – 1928)
Modinha (Seresta nº 5), de Heitor Villa-Lobos (1887 – 1959)
Odeon, de Ernesto Nazareth (1886 – 1934)
A Rosa, de Pixinginha (1897 – 1973)
RICARDO KANJI
Aos 15 anos, Ricardo Kanji começou a estudar flauta transversal com João Dias Carrasqueira e, dois anos mais tarde, ingressou nas orquestras Filarmônica e Sinfônica Municipal de São Paulo. Em 1966, fundou o conjunto Musikantiga, com o qual manteve uma inovadora atividade musical até partir para os Estados Unidos, onde estudou flauta tranversal no Peabody Institute of Music de Baltimore.
Em seguida, Ricardo Kanji estudou flauta barroca no Conservatório Real da Haia, na Holanda. Em 1973, foi nomeado sucessor de Frans Brüggen no Conservatório Real de Haia. Como regente da orquestra Barroca do Conservatório, por ele criada, realizou vários projetos com repertório barroco e clássico. Participou de orquestras barrocas da Holanda e, agora, dedica-se ao seu conjunto Philidor Ensemble e à Orquestra do século XVIII. Com estes grupos gravou discos para a Philips e para a Telefunken.
Desde seu retorno ao Brasil, em 1995, Ricardo Kanji tem atuado como concertista, regente professor e construtor de flautas. Dedica-se também à direção do projeto História da Música Brasileira, que prevê uma série de programas de televisão, CDs e livros, resgatando uma rica e pouco conhecida produção musical brasileira desde seus primórdios.
CAMILLA FALLEIRO
Camila Falleiro dedica-se ao canto lírico desde 1983, com orientação inicial do tenor Benito Maresca. Atualmente desenvolve repertório de câmara com a mezzo-soprano Lenice Prioli. Participou de diversas master classes, destacando-se as realizadas com Meredith Monk (Estados Unidos), Antonio Placer (Espanha), Ileana Cotrubas (Romênia) e o coro feminino da televisão búlgara Mistère de Voix Bulgares. No ano passado, esteve em Portugal no Festival de Música Barroca da Fundação Casa de Mateus, nas aulas do barítono holandês Max van Egmond.
Integrou diversos madrigais e corais, entre eles o Coral do Estado de São Paulo, no qual foi solista entre 1996 e 1997. Como camerista, realiza desde 1995 um trabalho de pesquisa e resgate da música original para voz e violão ao lado de Guilherme de Camargo.
GUILHERME DE CAMARGO
Guilherme de Camargo iniciou os estudos de violão aos 12 anos, prosseguindo mais tarde com o professor Edelton Gloeden, com quem se formou no curso de bacharelado da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP). Em 1992, viajou para a Holanda, onde se aperfeiçoou com os professores Hein Sanderinck e Jorge Oraison e participou de várias master classes, das quais se destacam as realizadas na Alemanha com Dalc Kavanagh (Canadá), Hubbert Kappel (Alemanha) e Costas Cotsiolis (Grécia) e na Holanda com Abel Carlevaro (Uruguai).
Além de desenvolver intensa atividade didática, Guilherme participa do cenário musical brasileiro como solista e em diversas formações de câmara, entre elas o Duo Persone com a soprano Camilla Falleiros e o Ensemble Gragnani.
RUMOS MUSICAIS 1999
Criado para valorizar a produção musical em diversos aspectos, o projeto RUMOS MUSICAIS do ITAÚ CULTURAL, que desde 1997 divulga compositores e intérpretes de diversas vertentes da música brasileira, este ano pretende funcionar também como estímulo criativo para o meio musical.
Esta iniciativa tem sido viabilizada por meio de quatro ações básicas: encomenda de obras e de primeiras audições, encontro de grupos ou artistas de diferentes universos musicais, encontro da música com outras linguagens e a apresentação de grupos que tenham um trabalho extremamente original e importante.
Além disso, RUMOS MUSICAIS prevê o lançamento de dois CDs, com os artistas convidados que participaram do projeto em 1997 e 1998, e a gravação de um programa que será veiculado pela TV Cultura e pelo site da MTV. RUMOS MUSICAIS é uma realização do Núcleo de Música do ITAÚ CULTURAL, sob a coordenação de Benjamin Taubkin.
Rumos Musicais, com Vox Brasiliensis, aconteceu no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.