Como coordenador e anfitrião-mor do projeto, Nelson Ayres subiu ao palco da Sala Azul do Itaú Cultural para receber um dos ícones da vanguarda musical dos anos 80, o Premê.

O projeto Rumos Musicais, encerrou sua programação anual, com a primeira apresentação para o público de uma parceria eternizada por gravações dos anos 80: o repertório hilariante do Premê acompanhado pelos arranjos sob medida do maestro Nelson Ayres.

Como o palco da diversidade musical, por excelência, o projeto Rumos Musicais terminou o ano com um saldo para lá de positivo. Ao longo de 27 espetáculos, assistidos por mais de 5 mil pessoas, compositores e intérpretes de várias vertentes da música brasileira tiveram a oportunidade de mostrar trabalhos emergentes ou preteridos pelo mercado para o público e para a mídia.

A partir de um formato simples, segundo o qual nomes consagrados teve à disposição uma série de 3 apresentações para convidar outros músicos, o Rumos Musicais abriu as  portas da Sala Azul para as mais diferentes propostas. Da música instrumental ao samba, do rock ao forró, do jazz ao choro, entre outros gêneros, Rumos Musicais esboça um mapa da música brasileira.

Em 1998, participaram do projeto, como anfitriões: Marlui Miranda, Nouvelle Cuisine, Itamar Asssumpção, Duofel, Toninho Carrasqueira, Jards Macalé, Arrigo Barnabé, Luiz Tatit e André Abujamra. Entre os convidados: Tom Zé, Karnak, Carlos Careqa, Cristóvão Bastos, Eduardo Agne, Paulo Barnabé, Teco Cardoso, Ulisses Rocha e André Mehmari.  

OS RUMOS DO HUMOR NA MÚSICA BRASILEIRA

Se durante este ano, o Rumos Musicais enveredou por vários caminhos da música brasileira, e novembro foi o mês do humor, conduzido por André Abujamra, nada melhor do que encerrar a programação do ano com um grupo que indicou novos rumos para o gênero nos anos 80: o PREMÊ.

Nascido no Departamento de Música da USP, com o nome de Premeditando o Breque, ao lado de Arrigo Barnabé,

Premê (Créditos Ding Musa)
Premê (Créditos Ding Musa)

Língua de Trapo, Grupo Rumo e Itamar Assumpção, o Premê é um dos expoentes da chamada “vanguarda paulista” da década passada. No entanto, o Premê de hoje é formado pelos mesmos e bons Mario Manga, Wandi Doratiotto, Claus Petersen e Marcelo Galbeti.

Com seu quartel general montado nas imediações de outro ícone da época, o extinto teatro Lira Paulistana, o grupo ultrapassou as fronteiras do público da USP, com uma tradução para o cotidiano de temas polêmicos, políticos e sociais. Não é à toa, que até hoje, São Paulo São Paulo e Lua de Mel, são faixas privilegiadas para trilhas sobre a poluição ambiental na metrópole.

Amigo do vinil, o grupo gravou “Premê” (1981), “Quase Lindo” (1983), “O Melhor dos Iguais” (1985), “Grande Coisa” (1986) e “Alegria dos Homens (1988) até se render ao advento do cd com “Vivo”, lançado no ano passado pela gravadora Velas. Este ano, o campeão de músicas censuradas – com as célebres Rubens, Espinha e Império dos Sentidos, “Grande Coisa”, foi relançado em cd.

No repertório do espetáculo com o parceiro de estúdio, maestro Nelson Ayres, estão Wanda, Nunca, São Paulo São Paulo, O Trabalho, Lua de Mel, Rubens, Lava-rápido, Saudosa Maluca, entre outras.

O evento aconteceu no ano de 1998, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.

Premê (Créditos: Ding Musa) 

Premê (Créditos Ding Musa)
Premê (Créditos Ding Musa)