A interpretação de obras clássicas de antigos compositores da MPB por músicos contemporâneos pode apresentar as mais agradáveis novidades estéticas. Um exemplo foi a leitura do arranjador e trombonista Bocato para as composições do grande mestre do chorinho Alfredo da Rocha Vianna Filho, o Pixinguinha, que pode ser apreciado no CD “Tributo a Pixinguinha”, com o qual o selo Mix House estreou no mercado. Neste disco, foi proposta a fusão do estilo instrumental próprio da obra de Bocato com a tradição dos choros, valsas e maxixes de Pixinguinha, líder do grupo “Os Oito Batutas” na época e um dos pioneiros na divulgação da música brasileira no exterior.

O disco começou a ser produzido em 1995 e apresentou, em treze faixas, um Pixinguinha diferente. Diferente na ousadia de Bocato em adequar o trombone às riquezas do vasto universo musical do chorinho, sem, entretanto, perder de vista o ritmo e a harmonia característico do gênero. Diferente na formação de sua orquestra, que introduziu a novidade do teclado e diferenças sutis nos solos e na percussão, utilizando-se de escalas e harmonizações jazzísticas para emprestar às obras de Pixinguinha. Diferente dos arranjos elaborados e repletos de contrapontos de Bocato que, ao mesmo tempo em que dão um ar de modernidade a músicas escritas há mais de cinquenta anos, não interferem na sua concepção – que, em sua originalidade, são perfeitas e dispensam qualquer alteração.

O CD “Tributo a Pixinguinha” foi lançado pela Mix House em um show com Bocato e Sua Orquestra no auditório do Mis – Museu da Imagem e do Som, com os músicos Felipe Lamoglia (sax tenor), Tiago Costa (teclado), Giba Pinto (contrabaixo) e Marquinho Costa (bateria).

O evento foi realizado no ano de 1997, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação.