Com show especial de Toquinho, o SESC Pinheiros abriu a programação musical do evento multicultural “Chico Buarque – O Tempo e o Artista”. Em duas apresentações, o cantor, violonista e compositor relembrou seus 40 anos de carreira, muitos dos quais marcados por histórias vividas ao lado de Chico Buarque.

O repertório trouxe destaques de parcerias com o artista homenageado, como “Samba de Orly” (criada durante o exílio de Chico na Itália) e “Samba pra Vinícius” (feita em homenagem ao poeta); além de sucessos como “Regra Três” e “Tarde em Itapuã” (ambas parcerias com Vinícius de Moraes) e “Que Maravilha” (composta com Jorge Ben Jor). Para encerrar, Toquinho interpretou um dos clássicos de Chico Buarque: “O Que Será”. Neste show, o músico foi acompanhado por Silvia Góes (piano), Ivani Sabino (baixo) e Pepa D´Elia (bateria).

 CHICO BUARQUE E TOQUINHO

 Década de 60. Em São Paulo, Chico Buarque e Toquinho fizeram a primeira música juntos ao encontrarem-se com uma bailarina, Vera, e com o encantamento que surgiu brotou uma canção, a primeira parceria: “Lua cheia”.

Chico havia vencido o Festival de 1966 com “A Banda”, iniciando assim sua trajetória de ídolo nacional, e Toquinho já gravara seu primeiro disco instrumental.

Em 1969, ano em que o AI-5 provocava a perseguição de tantos brasileiros, numa espécie de exílio voluntário Chico foi para a Itália e não podia voltar. Em 16 de maio de 1969, Toquinho recebia um telegrama de Roma: “PREPARE PASSAPORTE MALA SACO VIOLÃO FICANDO PRONTO PARA NOSSA CHAMADA BREVE”. Era Chico acenando para o amigo com a realização de 30 shows já acertados. Chegando lá, Toquinho constatou que não havia show nenhum.

Em novembro de 1969, Toquinho voltou ao Brasil. Dois dias antes da partida, deixara com Chico um tema para que colocasse letra, consolidando esse tempo que passaram juntos. Chico conseguiu, naquele dia, fazer a letra do final da melodia, que soava como um pedido para Toquinho: “Vê como é que anda/ Aquela vida à toa/ Se puder me manda/ Uma notícia boa”. Havia se iniciado, pela última estrofe, o que dois anos depois seria concretizado como “Samba de Orly”.

O evento aconteceu no ano de 2005, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o cliente SESC