O SESC Pinheiros trouxe “Danças da Ilha de Santa Cruz”, espetáculo apresentado por um elenco formado por 30 crianças do Projeto Joaninha do Ballet Stagium, com coreografias de Décio Otero e direção de Marika Gidali.
Para a realização dessa montagem, que mescla danças étnicas, contemporâneas, de rua e eruditas, as crianças estudaram o poema “Navio Negreiro”, de Castro Alves. Além disso, enfatizou-se a conscientização do Estatuto da Criança e do Adolescente. A utilização do poema “Estatutos da Criança e do Adolescente” é o resultado do encontro de Marika e Décio com o poeta Eliakin Rufino, de Roraima.
O repertório apresentou músicas de Tato Fischer, Marlui Miranda, Wagner Tisso, G. Bizet, Pereira da Viola, Tradição Xavante, G.F. Haendel, Ru-Chu-Chu (Cantares do Império), coletâneas de Funk e de Rap Music, Maculelé e Danças de Roda Sacras e Profanas.
PROJETO JOANINHA
Celeiro de futuros bailarinos, professores de dança e artes corporais, monitores, cenotécnicos, entre outros, o Projeto Joaninha do Ballet Stagium tem por objetivo valorizar o ser humano no universo criativo, concretizando a subjetividade da arte. A formação se dá por meio de vivências corporais, aulas técnicas de vários estilos de dança, teatro, música e folclore. Foi fundado em 2000, ao admitir 70 crianças entre 7 e 16 anos (em 2004 já somavam 123) pertencentes às escolas públicas das periferias de São Paulo. Para a admissão, obedeceu-se ao critério da disponibilidade da criança em frequentar o curso e o gosto e interesse pela dança (os pais foram responsabilizados, pois deles dependia o sucesso do projeto).
BALLET STAGIUM
O Ballet Stagium teve seu início em 1971, época em que o cinema e a música popular eram fiscalizados pela censura da Ditadura Militar. Nesse panorama, o Stagium decidiu seguir um caminho diferente daquele que havia pautado a dança no Brasil até então: utilizou em suas criações as vertentes universais da dança com aspectos tipicamente brasileiros, conquistando um vasto público em todo o mais, cuja maioria era avessa a manifestações coreográficas até aquele momento. Suas produções adaptáveis aos mais diversos tipos de espaços permitem apresentações em pátios de escolas públicas das periferias dos grandes centros, favelas, igrejas, praias, hospitais, estações de metrô, entre outros. Seus diretores Marika Gidali e Décio Otero desde o início da companhia desenvolvem um programa de pesquisas em várias linguagens de dança. O caráter inovador pode ser percebido pelo Ballet Stagium ter sido a primeira companhia nacional a utilizar trilhas sonoras da MPB.
O evento aconteceu no ano de 2005, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o SESC Pinheiros.
Fotos: Divulgação