Primeiro programa exibido pela TV Cultura apresentou o espetáculo Especiarias – Descoberta dos Sentidos, com o grupo Anima

 O Itaú Cultural, em parceria com a  Fundação Padre Anchieta, levou ao ar os espetáculos realizados na Sala Azul, às terças-feiras, durante o ano de 99.

O programa, com direção de Maurício Valim e produção de Cláudia Rangel, apresentou diferentes vertentes da música brasileira.  Além dos espetáculos, os artistas deram depoimentos sobre sua carreira, obra e novas iniciativas.

Ao reproduzir a programação do Núcleo de Música do Itaú Cultural, o programa ampliou o público para iniciativas como a reunião da música com outras linguagem artísticas (literatura, artes plásticas, dança e teatro), o encontro entre o popular e o erudito, primeiras audições de obras encomendadas, novos arranjos e, principalmente, novos talentos com propostas de trabalho originais.

O espetáculo de estreia de Rumos Musicais,  gravado em outubro, mostrou o grupo Ânima de volta de uma turnê por 17 cidades brasileiras. O repertório incluiu músicas do seu segundo CD.

Ao fundir a tradição oral brasileira com as cantigas dos trovadores medievais no CD Espiral do Tempo (1997), o grupo atualmente formado por Isa Taube (voz), Paulo Freire (viola caipira), João Carlos Dalgalarrondo (percussão), Luiz Henrique Fiaminghi (rabecas artesanais), Patrícia Gatti (cravo) e Valéria Bittar (flautas), conquistou inúmeros elogios da crítica.

Dois anos e muitas pesquisas depois, mostraram o amadurecimento da proposta, aprofundando a incursão na música tradicional brasileira e ibérica dos séculos XIV, XV e XVI, com cantos de trabalho, louvor e amor. No espetáculo programado para o programa Rumos Musicais, o Anima também mostrou um pouco do trabalho cênico que desenvolveu com a coreógrafa Valéria Franco.

Os destaques do repertório:

Tupinambá – candomblé-de-caboclo, coletado por Camargo Gurnieri, em 1937.

Murucututu – tradição oral brasileira, extraído do acervo de Mário de Andrade.

Duas Folias de Reis – coletado por Paulo Freire na região do Urucuia (MG).

Mana – coleta anônima, Rio Grande do Norte.

Estampie – variação instrumental, séc. XIV, contida no Manuscrito London BM.

Canto da Fiandeiras – canto de trabalho coletado em Sagarana (MG).

Ô Berê Ke Tê – ponto de candomblé coletado no litoral de São Paulo.

Moreninha – modinha provavelmente da região Sudeste.

Flor da Palmeira – forró de pé-de-serra, Alagoas.

Lundu – dança contida em Reise in Brasilien (1823-1831).

Saltarello – anônimo, século XIV.

Que he o que Vejo – cantiga anônima do século XVI.

Blanca Niña – romance da tradição oral sefardita.

O grupo

Desde 1988, o grupo Anima caracteriza-se pela mescla da cultura popular com a cultura erudita. Seus repertórios são baseados na pesquisa da música brasileira de tradição oral, da música européia dos séculos XIII ao XVI e de canções folclóricas de várias partes do mundo. A partir da audição, seleção de obras e pesquisa de instrumentos, o grupo traça paralelos entre culturas que aparentemente não teriam pontos em comum.  Em 1998, ganhou o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) na categoria Melhor Conjunto Musical.

 

Rumos Musicais 1999

Criado para valorizar a produção musical em diversos aspectos, o projeto RUMOS MUSICAIS do ITAÚ CULTURAL, que desde 1997 divulga compositores e intérpretes de diversas vertentes da música brasileira, este ano vem funcionando também como estímulo criativo para o meio musical.

Este ano, RUMOS MUSICAIS lançou seu primeiro CD, com os artistas que participaram do projeto em 1997 e 1998;  passou a transmitir seus espetáculos em tempo real pelo site da MTV e, agora, estreia seu novo programa na TV Cultura. RUMOS MUSICAIS é uma realização do Núcleo de Música do ITAÚ CULTURAL.

ficha técnica

Direção: Maurício Valim

Produção: Cláudia Rangel

A estreia do programa Rumos Musicais, com o grupo Anima, aconteceu no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.