A Philips fechou na cidade de Manaus, o acordo para estabelecer o Laboratório Philips da Amazônia, instituto de pesquisa e desenvolvimento de alta tecnologia. Tratava-se de um projeto pioneiro no Brasil: implantado em conjunto com a Escola Superior de Tecnologia da Universidade do Estado do Amazonas, que ficava responsável pela gestão dos recursos, e a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), um dos principais objetivos deste laboratório é formar pesquisadores e profissionais habilitados a trabalharem com tecnologias digitais de vanguarda.

O investimento ampliou a ação da empresa no Brasil, criando bases para que o país participesse da revolução digital. Vale lembrar que Manaus é sede da quinta maior fábrica da Philips no mundo, e é considerada pela empresa um centro estratégico para o fornecimento de produtos para o mercado local e exportação para a América Latina.

 

Laboratório Philips Amazônia

Desenvolvimento da Universidade: Berço da Criatividade

No laboratório da Philips foram desenvolvidas tecnologias que geraram patentes para a Philips e para seus parceiros, pesquisadores e instituições ligadas ao laboratório. A empresa é proprietária de cerca de 78 mil patentes mundiais, registrando adicionalmente 3 mil em média por ano. A Philips reinveste 7% de seu faturamento anual em pesquisa e desenvolvimento.

No processo de desenvolvimento dos projetos foi criada uma estrutura formadora de mestres e doutores na própria UEA, atividade esta fundamental para solidificar esta atividade na região. Esta cooperação entre a Philips, a UEA e a POLI-USP ampliou as bases de pesquisa no Brasil, aumentando a estrutura de pesquisa e educação e incentivando a cultura de aproximação entre empresas privadas e as Universidades. A Philips entrou no projeto não apenas com investimento de capital, mas com seu know-how de pesquisa nos outros centros mundiais, além da vasta experiência no mercado de produtos tecnológicos.

Como laboratório de pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, o Laboratório Philips teve mais liberdade que os centros de desenvolvimento ligados diretamente a empresas. As pesquisas foram sempre voltadas às pessoas e não perdiam de vista os anseios do usuário final. A determinação era atender às necessidades do consumidor. Pela filosofia da empresa, era preciso manter o ciclo de inovação em tecnologia movendo-se para frente, constantemente.

 

Núcleos de Pesquisa

O laboratório foi formado por diversas células com projetos e objetivos específicos, sempre na área de tecnologia digital de eletroeletrônicos. As áreas de pesquisa a que foram implantadas foram escolhidas pelas universidades envolvidas no Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento e pela Philips, todos participantes de um conselho. Duas destas células foram implantadas de imediato e já com temas definidos, ambos ligados à interatividade e a convergência dos meios de comunicação.

O primeiro núcleo se concentrou no desenvolvimento de ferramentas e soluções para televisão digital interativa DVB-MHP (Digital Video Broadcast – Multimedia Home Plataform), visando inicialmente a exportação. Logo em seu primeiro núcleo ficava explícito o caráter global do projeto da Philips: o DVB é o padrão de tecnologia de TV digital de maior mercado mundial. Como o Brasil ainda não tinha definido o padrão que iria utilizar, de início, o resultado das pesquisas feitas em Manaus foi aplicado em produtos exportáveis. Mas, mesmo que o país decidisse por outro padrão, as aplicações de interatividade desenvolvidas em MHP e o conhecimento aqui adquirido viriam a servir para os outros sistemas de TV digital no futuro. Ainda que focado no mercado externo, o caráter desta pesquisa ajudou o Brasil a ingressar no mundo da TV digital, pois criou em território nacional um centro de habilitação de pessoal técnico mundial, de alto nível.

Na segunda célula, o foco de pesquisa foi um projeto global que já estava em andamento conhecido como CISMUNDUS. O projeto visava a criar um novo ambiente de comunicação, integrando tecnologia de celulares GSM e TV digital (do padrão DVB). Em Manaus, a pesquisa foi conduzida em parceria com a TV Cultura de São Paulo, que coordena os trabalhos no Brasil. O CISMUNDUS permitiu ao público acesso a informações de diversos tipos a todo o instante, criando novos padrões de gerenciamento multimídia de dados. Esta tecnologia possibilitaria troca de informações entre aparelhos que já existiam atualmente, como celulares, computadores, palmtops e televisores, todos compartilhando a mesma rede de informações, em um projeto de convergência. Mais uma vez, o Laboratório Philips realizou pesquisas que beneficiaram o mundo todo, e não apenas o Brasil.

TV interativa

A interatividade é uma realidade mundial: o telefone e a Internet já eram usados para coletar votos ou opiniões do público. A união dos vários serviços em um mesmo terminal facilitou a operação da tecnologia. Mas as novidades foram mesmo as possibilidades de novos serviços, que se ampliaram muito com a simplificação na operação das tecnologias.

As pesquisas na área da TV interativa ocorreram em várias frentes como na área de redes (interconectando sistemas diferentes nas origens e destinos e possibilitando novas alternativas de serviços antes impensáveis), na área de terminais (os próprios aparelhos de TV cumpriram papéis distintos daqueles passivos de contemplação) e, talvez principalmente, na área de aplicativos, procurando explorar as novas possibilidades.

Para a Philips, a inserção das universidades brasileiras, através de mestres e doutores, no círculo internacional da área de eletrônica de consumo trouxeram, para a prancheta e para os produtos, os benefícios da experimentação, da criatividade nacional e do reconhecimento do consumidor do país.

O CISMUNDUS

O projeto CISMUNDUS (da sigla em inglês para Convergence of IP based Services for Mobile Users and Networks in DVB-T and UMTS Systems) teve a finalidade de propiciar conectividade entre os serviços de informação já disponíveis na época e os que poderiam  ser criados.

A convergência tecnológica englobou a redefinição de vários serviços e modificou o cenário da tecnologia da informação. O próprio conceito de convergência era amplo e podia incluir a convergência dos meios de comunicação, dos serviços e dos terminais e todas as suas possíveis combinações.

Serviços que atualmente não se comunicam entre si, como a radiodifusão (som e imagem), telefonia (fixa ou celular) ou a transmissão de dados (por quaisquer meios ou conteúdos)  participaram dessa convergência. Novos serviços, meios e terminais poderiam ser criados baseados nesse cenário, para o qual havia a necessidade técnica da criação de um “idioma” comum que permitisse todas as trocas de informação entre os diferentes sistemas. Som, TV, telefonia, telefonia celular, PDA e computador foram os primeiros beneficiados pela convergência.

A criação do laboratório aconteceu no ano de 2003, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para a Philips do Brasil.