Farol Santander São Paulo, centro de cultura, lazer, turismo e gastronomia localizado em um dos principais pontos da capital paulista, inaugura, no dia 24 de março (sexta-feira), a exposição As Cantoras e a História do Rádio no Brasil. Com curadoria de Helena Severo, Cláudio Kahns e Rodrigo Faour, a mostra inédita mergulha na trajetória pelo país do rádio e celebra grandes personalidades femininas que trilharam suas carreiras musicais e afirmaram suas vozes nesse meio de comunicação. Em cartaz até 25 de junho (domingo), a exposição é apresentada pelo Ministério da Cultura e tem patrocínio do Santander.

No mesmo ano em que a emblemática Semana de Arte Moderna aconteceu, em 1922, o Brasil deu um grande passo no campo da comunicação: o registro de sua primeira transmissão de rádio, na Exposição Internacional do Centenário da Independência, no Rio de Janeiro. O momento marcou o início deste novo meio de comunicação, democrático e acessível, que transformaria a população brasileira em termos de informação, integração nacional, cultura e entretenimento.

No mês em que se comemora o Dia da Mulher, é com orgulho e alegria que inauguramos a exposição As cantoras e a História do Rádio no Brasil. De importância sem precedentes, o incremento do rádio foi fundamental para a disseminação do conhecimento até os locais mais remotos do país”, comenta Maitê Leite, Vice-Presidente Executiva Institucional do Santander Brasil.

Nesse cenário de mudanças, a partir da década de 1930, talentos femininos desabrocham no rádio e, com suas habilidades excepcionais, coragem e sonho, consagram-se como as Cantoras do Rádio. Em um meio majoritariamente dominado por homens, essas mulheres enfrentaram paradigmas e conquistaram os ouvintes com as suas vozes e talento.

A exposição que ora apresentamos é organizada seguindo um esquema de dois grandes módulos: no primeiro, enfocamos a história do rádio, sua trajetória, seus grandes momentos e as personagens que ajudaram a construir e consolidar este revolucionário meio de comunicação. O segundo módulo será dedicado às ‘cantoras do rádio’. Apresentaremos 24 estrelas que construíram suas carreiras em diversas emissoras do país, notadamente nas décadas de 1930, 40 e 50.”; afirma Helena Severo, curadora da exposição.

Itens inéditos e raríssimos serão exibidos ao público

Raridades também integram a exposição, como áudios originais, incluindo áudios do primeiro programa veiculado por A Voz do Brasil, em 1935, e de Cásper Líbero sobre a inauguração da Rádio Gazeta, em 1943, além de fotos e vídeos inéditos, materiais exclusivos de imprensa, discos e suas capas, além de canções famosas da Era do Rádio.

A exposição reunirá ao todo 250 fotos e 114 objetos. Destes, destacam-se itens exibidos pela primeira vez ao público nesse formato:

– Faixas de Rainha do Rádio de Dircinha Batista, de 1948;

– Faixa de Rainha das Rainhas de Linda Batista, que foi Rainha do Rádio por 12 anos;

– Faixa Favorita de São Paulo, de Emilinha Borba;

– Dois programas do Cassino da Urca em que Linda Batista era estrela, de 1941 e 1942;

– Documentos pessoais de Linda Batista e Dircinha Batista;

– Medalha Pedro Ernesto para Marlene;

– Par de óculos original de Marlene;

– Placa oferecida pela Marinha do Brasil à Emilinha Borba, que tinha três títulos de “favorita” da Corporação;

– Traje original de Marlene do Show Carnavalia de 1968;

– 10 exemplares de rádios raríssimos, dos anos 20 e 30;

– 20 capas de discos originais dos anos 50 de diversos expoentes do rádio;

– Capa original da revista do rádio de 1951, estampando Dalva de Oliveira, Rainha do Rádio daquele ano.

Para embarcar nessa viagem, o Farol Santander São Paulo reúne a história do rádio e de suas cantoras em dois andares e ainda terá um Karaokê no Hall do edifício, onde os visitantes podem, por ordem de chegada, cantar sucessos conectados às Rainhas do Rádio. Serão quinze faixas disponíveis em uma cabine com um pequeno palco e dois microfones antigos. As músicas disponíveis são:

Saudosa Maloca

Se Acaso Você Chegasse

Matriz ou Filial

Negue

Ronda

Na Cadência do Samba

Taí

A Noite do Meu Bem

Luar do Sertão

Molambo

Conceição

Xote das Meninas

Marina

Fica Comigo esta Noite

Carinhoso

Último Desejo

As Cantoras e a História do Rádio No Brasil

20º Andar: História do Rádio no Brasil

No 20º andar, As Cantoras e a História do Rádio No Brasil propõe um passeio pela linha do tempo que o rádio construiu no país, desde o seu nascimento. Destacando importantes eventos e personalidades que ajudaram a consolidar esse meio, principalmente entre as décadas de 1920 e 1960, a mostra resgata episódios como a criação, em 1923, da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, primeira emissora de rádio brasileira, por Roquette Pinto; o início das transmissões em São Paulo, com o surgimento, em 1924, da Rádio Educadora Paulista; a trajetória de rádios cariocas, em especial, da Rádio Mayrink Veiga e a Nacional, que inspiraram o desenvolvimento de outras estações em todo Brasil; a narração do locutor César Ladeira sobre a Revolução Constitucionalista de 1932.

A sessão Ícones do Rádio homenageia com fotos, vídeos e textos diversas personalidades do segmento, como Ary Barroso, Lauro Borges, Silvino Neto, Paulo Gracindo e, claro, Adoniran Barbosa, que já foi tema de exposição no Farol Santander São Paulo em 2018.

Entre as memorabílias, aparelhos que marcaram diferentes décadas e narraram histórias do Brasil e do mundo por meio de suas ondas serão exibidos. Datados dos anos 1920 a 1950, os 10 aparelhos escolhidos mostram como o seu design mudou ao longo dos anos, passando de grandes equipamentos que reuniam a família inteira ao seu redor até objetos portáteis e que podem ser transmitidos pelo celular. Ainda neste ambiente o visitante pode conferir capas e matérias pitorescas de revistas originais da época, que abordavam o tema radiofônico, como a Revista do Rádio e a Radiolândia.

Além de memórias, momentos marcantes e curiosidades, As Cantoras e a História do Rádio no Brasil permite que o público sintonize rádios de todos os cantos do mundo. Em uma TV, os visitantes acessam a Rádio Garden, projeto de pesquisa desenvolvido na Holanda, que possibilita escolher estações de qualquer país e ouvir músicas e informações locais em tempo real.

A galeria do 20º ainda reserva sala Cinema na Era do Rádio, que exibe, em looping, comédias musicais e chanchadas com as participações de personalidades radiofônicas em seus elencos. Um vídeo do curador adjunto Rodrigo Faour sobre o concurso de Rainha do Rádio que parava o país e alguns momentos marcantes da história do rádio no Brasil serão igualmente exibidos ao público.

19º Andar: As Cantoras do Rádio

O 19º andar do Farol Santander São Paulo é dedicado às Cantoras do Rádio homenageadas pela exposição. Neste espaço, apresenta-se a trajetória de 24 artistas que iniciaram a carreira entre as décadas de 1930 a 1950. São elas: Carmen MirandaAracy de AlmeidaDircinha BatistaLinda BatistaCarmen CostaDalva de OliveiraIsaurinha GarciaAdemilde FonsecaEmilinha BorbaMarleneElizeth CardosoCarmélia AlvesHebe CamargoAngela MariaDoris MonteiroNora NeyInezita BarrosoLeny EversongDolores DuranLana BittencourtEllen de LimaMarinêsClaudette Soares e Alaíde Costa.

Estrelas nacionais, essas mulheres escolheram o canto como propósito de vida em meio a uma sociedade que impunha à figura feminina o papel de boa esposa, mãe e dona de casa. Muitas personalidades fugiram de casa, desistiram de casamentos e enfrentaram preconceitos dentro das próprias rádios, mas a resistência foi o principal caminho para atingirem o sucesso.

Algumas artistas também deixaram suas cidades de origem em busca do sonho, como Claudette Soares e Alaíde Costa. Cariocas, as cantoras chegaram a São Paulo no início dos anos 1960 para divulgar a Bossa Nova e, em terras paulistanas, expressaram-se por meio do gênero e de programas do rádio e da televisão, que podem ser conferidos na mostra com fotos, textos e trechos de algumas apresentações. Nomes conterrâneos de São Paulo também conquistaram alcance nacional, ainda que o Rio de Janeiro era o maior polo radiofônico do país. Entre eles, destacam-se Isaurinha Garcia, Inezita Barroso, Leny Eversong e Hebe Camargo – que também ganhou mostra no Farol Santander São Paulo em 2019 – homenageadas com raras fotografias, textos e canções.

Para contar a biografia e relembrar o talento dessas mulheres, a exposição traz fotos, vídeos, depoimentos, matérias, canções que levaram ao estrelato e raridades guardadas cuidadosamente por famílias, fã-clubes e admiradores de algumas artistas. De Emilinha Borba, eleita a cantora mais popular do Brasil em 1947, é possível conferir vestidos, um par de sapatos autografados, 5 faixas originais (Rainha dos Músicos, Rainha do Brasil, Rainha das Cantoras de 1961, Favorita de São Paulo e Rainha da Rádio Nacional) e uma placa da Marinha do Brasil pelo seu reconhecimento.

Da coleção de Marlene, há vestidos originais, o traje utilizado em seu show Carnavália, em 1968, seus óculos de grau, um gravador de músicas, a medalha Pedro Ernesto, conferida pela Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, e réplicas de itens como vestido, faixa, capa e coroa, entregues em 1949 ao ser eleita a Rainha do Rádio. Já dos acervos de Linda e Dircinha Batista, há faixas de Rainha do Rádio, documentos como carteira de trabalho, passaportes e carteirinha da Ordem dos Músicos, partitura e dois programas originais do Cassino da Urca, nos quais Linda participou.

Sobre o Farol Santander São Paulo: a cada visita um novo Farol e um novo você

Desde sua inauguração, em janeiro de 2018, o Farol Santander, centro de cultura, turismo, lazer e gastronomia, já recebeu mais de 1,3 milhão de visitantes e apresentou mais de 36 exposições nos eixos temáticos e imersivos.

Construído para preservar o passado, iluminar o presente e transformar o futuro, as atrações do Farol Santander ocupam 17 dos 35 andares do edifício de 161 metros de altura que, por décadas, foi a maior estrutura de concreto armado da América do Sul.

As visitas começam pelo Hall do térreo, que surpreende com o famoso lustre de 13 metros de altura, pesando mais de 1,5 tonelada, passando pela Loja da Cidade e seguindo até o 26° andar: o Mirante do 26, que após revitalização, ganhou a MAG Café, uma cafeteria que proporciona a vista mais famosa de São Paulo.

Do 24° ao 19° andar estão as galerias de arte que recebem exposições temporárias, apresentando trabalhos de diversos artistas nacionais e internacionais. E do 5º ao 2º andar, no Espaço Memória, os visitantes podem conhecer a história do prédio e da própria cidade de São Paulo. Esses andares preservam mobiliário original, executado pelo Liceu de Artes e Ofícios, expostos nas salas de reuniões, diretoria e presidência, ambientadas sonoramente para simular o funcionamento à época como Banco do Estado de São Paulo. Na galeria do 4º andar fica a obra Vista 360°, feita pelo artista brasileiro Vik Muniz exclusivamente para o Farol Santander São Paulo.

No subsolo do edifício, onde funcionava o cofre do Banco, está instalado o Bar do Cofre por SubAstor. O bar é ambientado com as características da época e pitadas contemporâneas em design e mobiliários, com carta de drinks especiais e aperitivos, além de receber exposições temporárias dentro da antiga sala dos cofres.

Outra novidade conectada a gastronomia é a Cozinha do 31 por Accademia Gastronomica, que mantém uma agenda semanal de cursos e aulas de gastronomia ministradas por renomados chefes de cozinha. E no 28º andar, o Boteco do 28 por Bar da Cidade, com um menu em referência à culinária da antiga Paulistânia, nascida da união entre ingredientes e costumes indígenas e portugueses.

Outro diferencial da instituição é a inusitada Pista do 21 por Rajas Skatepark, um dos maiores complexos esportivos para prática do skate do país, com instrutores homologados pela Federação Paulista da modalidade indoor. A pista de skate pode ser reservada para livre circuito de até sete skatistas por bateria e oferece agendamento de aulas.

Além dos andares culturais e gastronômicos, o prédio possui dois espaços exclusivos para eventos. No 25° andar, uma incrível suíte de 400m² decorada com elegante design, o Loft do 25 é um local sofisticado e contemporâneo que se adapta a diversos formatos de evento. E, no 8° andar, a Arena do 8 é o espaço ideal para palestras, encontros e debates, oferecendo equipamentos de áudio e vídeo, além da linda vista para o Vale do Anhangabaú e Avenida São João.