Uma homenagem ao agitador cultural russo por meio de montagens do Balé da Ópera de Paris
Paris danse Diaghilev França (1990, 84 min, VHS), em exibição dia 26 de setembro, às 17h, no Itaú Cultural em São Paulo, e dia 29, no Auditório Brasílio Itiberê em Curitiba, retrata uma fase áurea do Balé da Ópera de Paris, quando, no início do século, o empresário Sergei Diaghilev conquistou os franceses com seus Ballets Russes.
O diretor Colin Nears reuniu os balés Petrouchka , Le Spectre de la Rose – ambos apresentados na temporada de 1911 – L’Après Midi d’un Faune (1912) e Noces (1923), como uma amostra do impacto que as temporadas organizadas por Diaghilev causaram na Europa.
Diaghilev formou os Ballets Russes em 1909 e o comandou até sua morte, em 1929. Fizeram parte de sua companhia bailarinos e coreógrafos como Vaslav Nijinsky, Anna Pavlova, George Balanchine, Tamara Karsavina, Leonide Massine e Michel Fokine, entre muitos outros. Seus designers eram Picasso, Braque, Bakst, Utrillo. Trabalhava com compositores como Debussy, Milhaud, Poulenc, Ravel e, principalmente, Igor Stravinsky, que, virtualmente desconhecido nessa época, foi mais uma de suas descobertas compartilhadas com o mundo.
Ele era um caça-talentos e, acima de tudo, um homem que conhecia o gosto do público. Além do virtuosismo dos artistas selecionados pelo mestre para a companhia, parte do sucesso dos Ballets Russes no Ocidente é atribuído à originalidade e, portanto, ao exotismo das performances montadas por Diaghilev.
Responsável pela renovação do balé ocidental, sua companhia, ao lado da primeira leva de bailarinos modernos, foi a mais influente deste século, com uma repercussão que dura até hoje.
Os balés
Petroushka, com coreografia de Michel Fokine e música de Igor Stravinsky, foi estreiada em 1911, no Théâtre du Chatelet, com Nijinsky e Tamara Karsavina nos papéis principais. No mesmo ano, Fokine trabalhou com o mesmo elenco para Le Spectre de la Rose, com música de Carl-Maria von Weber e orquestração de Hector Berlioz. Ambos passaram a integrar o repertório do Balé da Ópera de Paris.
L’Après Midi d’un Faune, estrelado e coreografado por Nijinski sobre um poema de Stéphane Mallarmé e música de Debussy, estreou em 1912.
Les Noces, coreografado por Bronislava Nijinska sobre argumento de Jean Cocteu e música de Stravinsky, estreou em 1923. Na versão filmada em 1990, a bailarina Elisabeth Plate interpreta o papel principal, ao lado Kader Belarbi, Françoise Legrée e Jean-Yves Lormeau.
OS COREÓGRAFOS
Michel Fokine (1880 – 1942), começou seus treinos na Escola do Balé Imperial de São Petersburgo e juntou-se ao grupo de Diaghilev no ano de sua formação. Em 1923, mudou-se para os Estados Unidos, onde remontou várias peças para o Ballet Russe de Monte Carlo e o American Ballet Theatre. Sua obsessão era a busca de um estilo coreográfico mais natural e expressivo. Suas idéias contribuiram decisivamente para o sucesso precoce da companhia de Diaghilev.
Vaslav Nijinsky (1890 1950), nascido em Kiev, na Ucrânica, é considerado um dos mais importantes bailarinos do século XX. Como sua irmã, Bronislava Nijinska, estudou na Escola de Balé Imperial de São Petersburgo. Mudou-se para Paris em 1909 e, dois anos depois, tornou-se internacionalmente famoso com Petrouchka, sua primeira montagem das obras do compositor russo Igor Stravinsky (1882 1971). Viveu na Hungria durante a Primeira Guerra Mundial e realizou uma turnê internacional, antes de retirar-se do palco, em 1917.
Bronislava Nijinska (1891-1972), irmã do gênio Vaslav Nijinsky, estudou no Balé Imperial de São Petersburgo e integrou o corpo do Teatro Maryinsky até entrar para os Ballets Russes. Embora tenha deixado a companhia durante a Primeira Guerra para dar aulas, retornou em 1921 como coreógrafa. Até hoje, seus balés Les Noces (1923) e Les Biches (1924) são freqüentemente montados.
O CICLO DE VIDEODANÇA
Concebido e curado pela jornalista e crítica de dança Ana Francisca Ponzio, o CICLO DE VIDEODANÇA integra a programação do Núcleo de Artes Cênicas do ITAÚ CULTURAL. A Mostra Cinemateca de Paris, que conta com o apoio cultural do Consulado Geral da França em São Paulo, exibe obras do acervo da Cinémathèque de la Danse de Paris, uma instituição criada em 1982 pelo Ministério da Cultura francês como parte da Cinémathèque Française, fundada, por sua vez, em 1936. Com um dos maiores acervos do mundo, a Cinémathèque de la Danse organiza programas culturais que divulgam as transformações da dança ao longo do século XX.
Com o objetivo de abrir um canal de acesso permanente à história da dança e às manifestações contemporâneas, a partir de acervos prestigiados internacionalmente, a curadora Ana Francisca Ponzio selecionou os vídeos pensando em fazer do ato de ver dança um hábito tão cotidiano como ir ao cinema. A localização do Itaú Cultural, em plena avenida Paulista, um ponto de fácil acesso e inserido no circuito cultural da cidade, é mais um ponto a favor do sucesso dessa iniciativa. O ITAÚ CULTURAL realiza as sessões aos domingos, às 17h, em São Paulo, e cede os vídeos à Secretaria do Estadual da Cultura do Paraná para outra exibição. Em Curitiba, os filmes são apresentados às quartas-feiras às 19h30 no Auditório Brasílio Itiberê.
PROGRAMAÇÃO
Exibições aos domingos em São Paulo e nas quartas-feiras seguintes em Curitiba
3 de outubro: Roland Petit
10 de outubro: Busby Berkeley
17 de outubro: Noureev
24 de outubro: Jiri Kylian e Tesouros da Cinemateca da Dança de Paris
CICLO DE VIDEODANÇA ITAÚ CULTURAL – Mostra Cinemateca de Paris
Exibição de Paris danses Diaghilev (França, 1990, 84 min, VHS)
Dia 26 de setembro, domingo, às 17h:
São Paulo: ITAÚ CULTURAL, Sala Vermelha (100 lugares)
Dia 29 de setembro, quarta-feira, às 19h30:
Curitiba: Auditório Brasílio Itiberê (130 lugares)
O Ciclo de Videodança foi realizado no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.