A Panamericana – Escola de Arte e Design comemorou 40 anos e para celebrar a ocasião, organizou uma grande Exposição que resgatava os trabalhos de maior destaque, nas últimas quatro décadas, dos alunos da instituição. O objetivo foi provocar reflexão sobre a evolução dos conceitos de Arte, Design e Estética ao longo dos anos. A mostra Panamericana 40 Anos Criando Criativos ficou em cartaz na unidade da Groenlândia, na cidade de São Paulo. A curadoria foi da diretoria da Escola.

Os trabalhos (ilustrações, desenhos, pinturas, projetos de Design e anúncios) foram divididos por década: 60, 70, 80, 90 e 2000 e incluíam vencedores de diversos concursos externos e internos. Painéis com textos explicativos sobre cada década também estarão presentes, englobando os tópicos: Sociedade, Tecnologia, Mercado e Escola. A intenção foi oferecer um breve panorama histórico da sociedade brasileira e mundial através das últimas quatro décadas e os reflexos disso no mercado e na forma de atuação da instituição (criada em 1963 com nome de Escola Panamericana de Arte, tendo mudado de nome em 2001).

Nos anos 60, o Brasil passava por um período de ditadura, os hippies pregavam seu discurso de paz e amor frente à Guerra do Vietnã, Che Guevara despontava como líder revolucionário e o mundo via o início de uma era de consumismo.

Nos anos 70, o país viu o Cinema Novo, o Tropicalismo, e o mundo, a arte psicodélica. Houve o crescimento da indústria e comércio por conta do consumo e o discurso de contestação ao sistema com “sexo, drogas e rock and roll” encontrou seu espaço. No mercado de Arte e Design, aumentaram as publicações, a TV ganhou cores e mais canais, o número de agências de Publicidade, galerias de arte e mídias alternativas cresceram e as lojas começaram a importar mobiliário, com o crescimento do ramo da Decoração.  A Panamericana firmou um estilo próprio de ensino e marcou sua presença no mercado internacional: realizou o Congresso Internacional de Histórias em Quadrinhos, em parceria com o Masp, trazendo para o país nomes importantes do mercado internacional, como Burne Hogart, criador da versão em quadrinhos do Tarzan.

A década de 80 marcou um período de mudanças na sociedade brasileira, com o final do governo militar, e no mundo, com a queda do Muro de Berlin e início do processo de globalização, acompanhado da difusão da língua inglesa. A revolução tecnológica levou ao desenvolvimento de computadores pessoais, internet e softwares para cada profissão, benefícios que afetaram as áreas de atuação da Panamericana. Lipszyc explica que, neste período, houve o crescimento acentuado da atividade publicitária, Design e mídias alternativas. O Design Gráfico e atividades como Multimídia surgiram com força. A Escola incorporou novos conceitos visando acompanhar o novo perfil de profissional exigido pelo mercado, incluindo vivência de novas relações entre os setores de Produção e Criação, adoção de novas tecnologias. Atualizou seu corpo docente e criou uma segunda unidade.

O processo de globalização continuou na década de 90, tornando também necessária a adaptação dos meios de comunicação, com a internet abrindo várias possibilidades para o mercado. As agências publicitárias desenvolveram-se neste período de forma que diversas delas passaram a ser multinacionais. Enquanto as mídias se multiplicavam, as editoras passaram a produzir cada vez mais publicações segmentadas. Também neste período o Design ganhou importância. Entre o final da década de 90 e o início da de 2000, a Escola tornou-se representante oficial das mais importantes premiações de Arte e Design dos Estados Unidos (que também figuram entre as de maior destaque no mundo): Clio Awards, The Art Directors Club NY e One Show Awards.

 

Exposição ­ Panamericana 40 Anos Criando Criativos

Mostra que exibe a evolução dos conceitos de Arte, Design e Estética através de trabalhos de Artes Plásticas e Design selecionados de alunos da Panamericana ao longo dos últimos 40 anos

EVENTOS DA PANAMERICANA

A Escola organiza uma série de eventos, visando levar ao público externo e interno trabalhos que estão despontando no mercado nacional e internacional.

A promoção de eventos internacionais já rendeu visitas especiais à Escola, como as do diretor de arte norte-americano Joe Duffy (Presidente da Duffy Design, responsável por marcas conhecidas mundialmente Coca-Cola e McDonald’s), do designer Paul Davis, do diretor de arte italiano Massimo Vignelli, dos norte-americanos Kevin Swanepoel e Mary Warlick (diretores do One Club), e do cartunista Will Eisner (criador do personagem Spirit).

A instituição foi a representante brasileira de três Festivais internacionais de Publicidade e Design: Clio Awards, The Art Directors Club NY e The One Show (os maiores dos Estados Unidos). Há cinco anos a Panamericana representa The Art Directors Club NY no Brasil, há quatro anos The One Show e, há três, o Clio Awards, sempre realizando em suas unidades as Exposições anuais com os trabalhos premiados pelos três Festivais. Desde 2001, os eventos brasileiros são promovidos em parceria com a Folha de S. Paulo.

Outro tradicional evento da Escola é o Mix in Panamericana,­ que promovia uma discussão temática na área de Design de Interiores, geralmente através de uma Exposição e, em algumas ocasiões, com seminários e palestras. A última edição, a quinta (de 2002), apresentou o tema Um Olhar Feminino. Alguns eventos especiais realizados nestes 40 anos também merecem destaque:

Panamericana 96 Graphic Design – Este congresso realizado em 1996 reuniu nomes brasileiros e internacionais do Design. Realizado em parceria com a AGI – Alliance Graphique Internationalle, consolidou a posição do Brasil no circuito mundial, abordando o Design e suas diversas áreas de atuação. O evento reuniu os designers internacionais David Carson, Massimo Vignelli, Paul Davis, Paula Scher, os brasileiros Hans Donner, Rico Lins, Felipe Taborda, entre outros.

Os temas dos fóruns e workshops realizados nos cinco dias de evento foram diversos. Entre eles, “Design Global ou Design Regional”, “O Design Made in Brazil”, “O Papel do Design nas Diversas Mídias Contemporâneas”. A utilização do computador na realização dos trabalhos foi um dos assuntos mais discutidos. Além disso, a Panamericana realizou duas Exposições com trabalhos de designers norte-americanos e brasileiros, ampliando ainda mais o intercâmbio dos mercados.

Histórias em Quadrinhos – A Escola tem uma ligação especial com esta área. Primeiro por ter oferecido entre seus cursos um especialmente voltado para as HQs (que começou com a criação da Panamericana e foi extindo na década de 80, por conta da mudança no mercado). Segundo, pelo contato direto que tem com personalidades brasileiras da área, como o cartunista Ziraldo (que atualmente faz parte do Comitê de Notáveis da Panamericana), o jornalista Álvaro de Moya (que tem participação ativa no mercado brasileiro de HQs e já foi professor da Escola) e o cartunista Mauricio de Souza (que ministrou workshops na Panamericana na década de 60). Além disso, o primeiro evento internacional da Escola foi ligado à esta área.

O evento foi o Congresso Internacional de Histórias em Quadrinhos, realizado em 1974, em parceria com o Museu de Arte Moderna de São Paulo. Reuniu diversos artistas internacionais, como os norte-americanos Lee Falk (criador de personagens como Mandrake e Fantasma), Burne Hogarth (desenhista mais conhecido da versão em quadrinhos de Tarzan e professor da School of Visual Arts de Nova York) e o italiano Hugo Pratt (criador do Corto Maltese), entre outros. O evento abriu portas para futuras parcerias internacionais da Panamericana.

Em 1993, a Comic Con abrigou uma Exposição com material internacional e também reuniu diversos artistas internacionais do ramo, em especial quatro norte-americanos: o cartunista Will Eisner (um dos mais influentes do mundo, criador do personagem Spirit, do termo graphic novel), o cartunista Jules Feiffer (ex-assistente de Will Eisner e criador de personagens como Munro), o desenhista norte-americano Joe Kubert (fundador da Joe Kubert School of Cartoon and Graphic Art, que trabalhou com personagens como Tarzan e Thor) e o desenhista a roteirista Howard Chaykin (que trabalhou na adaptação para TV do super-herói Flash e autor da série American Flagg).

Mais recentemente, em 2001, uma iniciativa inédita levou à produção da Exposição Snoopy in Art. Com uma autorização especial da United Media Licensing (empresa que detém os direitos mundiais de Peanuts), a Panamericana convidou 12 artistas brasileiros a criarem interpretações do personagem criado pelo norte-americano Charles Schulz: Angelo de Aquino, Antonio Peticov, Caciporé Torres, Claudio Tozzi, Cleber Machado, Gustavo Rosa, Ivald Granato, José Roberto Aguilar, Rubens Gerchman, Sérgio Martins, Zélio e Ziraldo. Ao mesmo tempo, a Escola promoveu a mostra Snoopy 50 anos, reunindo tiras de Schulz e tributos ao personagem realizados por cartunistas norte-americanos.

Exposição Concurso Internacional BMW – Em 1998, a Panamericana venceu o concurso “As Seen By”, promovido pela BMW, ao lado da RMIT University (Austrália) e Art Center College of Design in Pasadena (Estados Unidos). O concurso reuniu trabalhos de alunos de renomadas escolas de fotografia de 7 países (concorreram ainda instituições da Alemanha, Inglaterra, Japão e Argentina). A Panamericana foi a única representante brasileira e seus alunos fotografaram o modelo Z3 coupé 2.8, levando em consideração a agressividade sugerida como tema da campanha. O material dos vencedores, mais uma seleção realizada entre os trabalhos inscritos gerou a Exposição internacional, realizada em 1999 na Panamericana.

O evento aconteceu no ano de 2003, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação.