O Espaço Cultural VIVO prestou sua homenagem a dois dos mais importantes artistas brasileiros, o pintor Manabu Mabe – nome consagrado do século XX, e seu filho Yugo Mabe, respeitado nome da geração atual.

Manabu Mabe e Yugo Mabe foram representados por cerca de 18 quadros, sendo que metade destas obras pertencem ao acervo particular da família: pela primeira vez foram exibidas para o público em geral. Foi a primeira mostra, desde o falecimento (1997) de Manabu Mabe, em que os trabalhos estiveram à venda. A exposição trouxe ainda 13 gravuras em serigrafia, todas de Manabu. Cores vibrantes e traços orientais marcaram a mostra.

A mostra contou com a curadoria de Sandra Setti, que selecionou as obras de Manabu produzidas entre as décadas de 60 e 70, sendo a mais recente de 1976.

Perfil

Manabu Mabe nasceu em 1924, na localidade de Takara, onde atualmente está situada a cidade de Shiranui, no Japão. Mais velho de sete filhos, migrou com a família para o Brasil quando tinha dez anos, estabelecendo-se em Birigui, interior de São Paulo. Trabalhou como agricultor, dedicando-se inicialmente à pintura nas horas vagas.

Em 1950, sua obra foi escolhida para participar da exposição da Associação dos Artistas de São Paulo e, no ano seguinte, para a Exposição Nacional. Em 1953, decidiu dedicar-se integralmente à pintura, vendendo o cafezal e mudando-se para a capital paulista, com a esposa e os três filhos. Em 1959, recebeu o Prêmio Leiner, foi apontado como Melhor Pintor Nacional na V Bienal de São Paulo e ganhou o Prêmio da I Bienal de Jovens de Paris. Com diversas premiações e realizações de exposições internacionais, tem obras expostas em museus de diversas capitais brasileiras e países como Estados Unidos, Japão e Venezuela – como o Museu de Arte de São Paulo – MASP, Museum of Modern Art of Latin América (de Washington D.C.), The National Museum of Art (Kioto, no Japão), e o Museo de Belas Artes de Caracas. Sua obra é marcada pelo abstracionismo e pelo intenso uso das cores.

Yugo Mabe nasceu na cidade paulista de Lins, em 1955. Caçula de três irmãos, cresceu assistindo ao pai, que já obtivera certa notoriedade naquela época, em suas criações, acompanhando suas exposições. Formado em comunicação na década de 70 pela FIAM / São Paulo, não chegou a exercer a profissão de publicitário. No terceiro ano de faculdade, comunicou à família a decisão pela pintura, sendo esta a única ocasião em que ouvira do pai a confirmação de que possuía talento para as artes. Já naquele período começou a participar de mostras coletivas, sendo premiado nas edições de 1972 e 1975 do Salão Bunkyo, no Japão. Também foi premiado no Salão Paulista de Belas Artes por duas vezes, em 1975 e 1982. Em 1980, fez sua primeira exposição individual. Determinado a seguir com sua pesquisa artística, não sucumbindo às imposições mercadológicas, foi sendo acompanhado desde o início da carreira por um grupo de colecionadores, que detém boa parte de sua obra. Participou de diversas edições do Salão Brasileiro de Artes e exposições comemorativas da imigração japonesa do Brasil.

O evento aconteceu no ano de 2004, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Teatro Vivo.