Sessão exibirá dois vídeos: um documentário sobre a obra de Loie Fuller e suas influências sobre a arte de Phillipe Decouflé

 

O CICLO DE VIDEODANÇA ITAÚ CULTURAL

MOSTRA CINEMATECA DE PARIS exibe no dia 8 de agosto, domingo, às 17h, no ITAÚ CULTURAL, em São Paulo, e no dia 11, quarta, às 19h30, no Auditório Brasílio Itiberê, em Curitiba, dois vídeos: Loie Fuller et Ses Imitatrices, documentário sobre a obra da coreógrafa norte-americana que abalou Paris no final do século passado, e Abracadabra, registro da coreografia de Phillipe Decouflé, talento da dança francesa contemporânea que, assim como Fuller, explora a fantasia cênica.

O documentário mostra imagens originais de Loie Fuller, precursora dos efeitos cênicos e criadora da famosa dança Serpentina, na qual longas tiras de seda interagem com os movimentos do corpo, criando figuras ondulantes de rara beleza.

Para completar a sessão, a curadora da mostra, Ana Francisca Ponzio, selecionou um vídeo da coreografia Abracadabra, de Phillipe Decouflé, um dos mais importantes coreógrafos da nova dança francesa. Ao observar sua criação, é possível perceber como as propostas de Fuller ressoaram através dos tempos.

 

OS COREÓGRAFOS

Loie Fuller (1862- 1928)

Dançarina, coreógrafa norte-americana, uma inovadora dos efeitos de luz no palco, começou a entreter o público com apenas dois anos e meio de idade. Aos 21 anos, Fuller atuava na Broadway e cinco anos mais tarde excursionava com sua própria companhia.

Em 1891, ao criar um visual exótico, entrou no palco tremulando uma saia de seda chinesa sob os holofotes. Vendo seu efeito sobre a platéia, começou a desenvolver uma rotina solo assentada mais nos efeitos de iluminação do que nos passos de dança propriamente ditos.

Sua inovação causou tal sensação em Nova York que Fuller e sua Serpentine Dance, como ficou conhecida, foram para a Europa, para onde ela se mudaria. Em Paris, sua apresentação no Folies-Bergère foi celebrada por intelectuais e inspirou uma legião de artistas franceses, de Henri Toulouse Lautrec (1864 – 1901) a Augeste Rodin (1840 – 1917) . Loie Fuller foi uma das primeiras artistas a usar iluminação fosforescente, utilizar luzes sob o palco e recorrer a efeitos de silhueta e sombra.

 

Phillippe Decouflé (1961)

Nascido em Paris, Decouflé estudou técnicas de circo e mímica na escola de Marcel Marceau. A fase mais marcante de sua formação foi o início dos anos 80, quando freqüentou o Centro Nacional de Dança Contemporânea, na cidade francesa de Angers, dirigido pelo coreógrafo norte-americano Alwin Nikolais.

Renovador da dança moderna, Nikolais desenvolveu conceitos próprios com relação ao espetáculo total, no qual bailarinos, iluminação, sons e objetos cenográficos de grande efeito plástico assumem uma relação de igual importância na produção. Com Nikolais, Decouflé desenvolveu seu aguçado senso de composição cênica, dando ao circo características de videoclipe e ficção científica, por meio do emprego original de recursos audiovisuais. É esta percepção que o aproxima, na História da Dança, de Loie Fuller.

Um ano antes de formar seu próprio grupo, em 1983, Decouflé tornou-se celebridade na França ao realizar o espetáculo de abertura dos jogos olímpicos de Alberville. Nesta desta cerimônia, o público pôde constatar a fértil imaginação de Decouflé, que criou um delírio cênico pleno de humor, lirismo e até mesmo surrealismo. Entre os espetáculos mais bem-sucedidos que Decouflé criou para seu grupo estão Triton, Petites Pièces Mmontées e Decodex.

 

O CICLO DE VIDEODANÇA

Concebido e curado pela jornalista e crítica de dança Ana Francisca Ponzio, o CICLO DE VIDEODANÇA integra a programação do Núcleo de Artes Cênicas do ITAÚ CULTURAL. A Mostra Cinemateca de Paris, que conta com o apoio cultural do Consulado Geral da França em São Paulo, exibe obras do acervo da Cinémathèque de la Danse de Paris, uma instituição criada em 1982 pelo Ministério da Cultura francês como parte da Cinémathèque Française, fundada, por sua vez, em 1936. Com um dos maiores acervos do mundo, a Cinémathèque de la Danse organiza programas culturais que divulgam as transformações da dança ao longo do século XX.

Com o objetivo da mostra de abrir um canal de acesso permanente à história da dança e às manifestações contemporâneas, a partir de acervos prestigiados internacionalmente, a curadora Ana Francisca Ponzio selecionou os vídeos pensando em fazer do ato de ver dança um hábito tão cotidiano como ir ao cinema. A localização do Itaú Cultural, em plena avenida Paulista, um ponto de fácil acesso e inserido no circuito cultural da cidade, é mais um ponto a favor do sucesso dessa iniciativa. O ITAÚ CULTURAL realiza as sessões aos domingos, às 17h, em São Paulo, e cede os vídeos à Secretaria do Estadual da Cultura do Paraná para outra exibição. Em Curitiba, os filmes são apresentados às quartas-feiras às 19h20 no Auditório Brasílio Itiberê.

 

PROGRAMAÇÃO

Exibições aos domingos em São Paulo e nas quartas-feiras seguintes em Curitiba

15 de agosto: La Table Verte e When the Fire Dances Between two Poles, de Mary Wigman, com tradução simultânea

22 de agosto: Randam et Waterzooi, de Maguy Marin

29 de agosto: Noureev et Petipa, com tradução simultânea

5 de setembro: Danse en France

12 de setembro: Picasso et la Danse

19 de setembro: Heretic, a Dancer’s World e Night Journey, de Marta Graham

26 de setembro: Paris Danse Diaghilev

3 de outubro: Roland Petit, de Zizi Jeanmaire

 

CICLO DE VIDEODANÇA ITAÚ CULTURAL – Mostra Cinemateca de Paris

Exibição de Loie Fuller et ses Imitatrices (VHS, p&b, 25 min, 1995)

Realização: Cinémathèque de la Danse e Giovanni Lista

Abracadabra (VHS, cor, 37 min, 1998)

Realização: Phillippe Decouflé

Dia 8 de agosto, domingo, às 17h:

São Paulo: ITAÚ CULTURAL, Sala Vermelha (100 lugares)

Dia 11 de agosto, quarta-feira, às 19h30:

Curitiba: Auditório Brasílio Itiberê (130 lugares)

 

O Ciclo de Videodança foi realizado no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.