O Farol Santander São Paulo segue com sua programação cultural e inaugura em 16 de junho (quinta-feira) sua quarta exposição de arte em seis meses.A mostra Vertigo, da artista paulistana Sandra Mazzini e com curadoria de Denise Mattar, chega ao 22º andar do icônico edifício no centro da cidade com 18 obras, incluindo trabalho inédito desenvolvido especificamente para o espaço dessa galeria. A exposição fica em cartaz de 16 de junho a 11 de setembro de 2022.

O trabalho de Sandra Mazzini, que busca aliar técnicas clássicas e tradicionais da pintura às novas tecnologias e formas de se pensar e produzir arte, tem sido destacado entre a nova geração artística. Por meio de pesquisas de imagens que servem como ponto de partida, Mazzini reúne registros originais, que são somados a resíduos de imagens resgatadas em sua memória afetiva. Deste processo, resultam telas que reproduzem uma certa fragmentação contemporânea e geométrica dos pixels, ou como diz a artista “manipulação fragmentada da natureza caleidoscópica”. Esse é o mote das 18 obras que serão exibidas no Farol Santander São Paulo.

“Apresentar a exposição Vertigo composta por obras de autoria da jovem pintora Sandra Mazzini, com curadoria de Denise Mattar, é motivo de orgulho para o Farol Santander. Primeiro por abrigamos a criação artística e o olhar curatorial de duas mulheres talentosas. Segundo pela força da pintura, que registra em dezessete trabalhos e uma obra pensada para este espaço, florestas imaginadas carregadas de detalhes que nos surpreendem e encantam à primeira vista.”; afirma Patricia Audi, vice-presidente do Santander Brasil.

O conceito de vertigem (vertigo, em latim) sempre chamou a atenção de escritores e filósofos. Milan Kundera a define como “a profundidade que se abre diante de nós, nos atrai, nos seduz, e desperta em nós o desejo de cair; do qual nos defendemos, espantado.”. Já Walter Benjamim a associa ao caleidoscópio que, segundo ele, nos permite ver “o duplo regime da imagem, a polirritmia do tempo, e a fecundidade dialética.”.

Segundo a curadora Denise Mattar: “A obra de Sandra Mazzini transita entre essas possibilidades, nos atrai pela profundidade que abre diante de nós, escancara a polirritmia do tempo, e é um jogo: como estratégia de trabalho e como resultado final. No seu processo de construção a artista lapida imagens, cria frações quadrangulares, que vão se encadeando umas nas outras, num trabalho de desconstrução do real, que, entretanto, continua lá, perceptível, embora fugidio. É uma narrativa descontínua, que aproxima e afasta cada fragmento, como se fosse visto por um telescópio, oferecendo ao espectador uma ordem instável.”

A exposição Vertigo propõe um mergulho nessa instabilidade através da apresentação de um conjunto de 18 obras da artista, complementado por uma projeção e um site specific, criados especialmente para a mostra.

Na seleção estão presentes obras emblemáticas como: Mangueiras e Barranco em Ibiúna, 2017, Rio Vermelho, 2018, Tamoios, 2018, Floresta Crescente, 2019, Território de Ilusões, 2019, Por do Sol, 2020. São folhagens envoltas em luz, encontros de terra e água, entrelaçamentos de flores e florestas, ilusões de perspectiva, reflexos de céu e mar, jardins imaginados e portais, tudo realizado em construções delicadas e vigorosas.

A obra site-specific é uma projeção que apresentará detalhes das obras em desenvolvimento contínuo, tornando ainda mais perceptíveis os processos construtivos e o movimento que permeia os trabalhos da artista. Sobre ela, Mazzini explica:

“Esta montagem foi feita pensando em explorar ao máximo as possibilidades de um espaço específico. Reuni trechos e detalhes de cerca de vinte pinturas em um único local imaginado. Embora seja um trabalho digital quis ainda manter, o mais que pude, características de uma construção manual. Os quadrinhos que revestem esses espaços tiveram, em sua maioria, as cores tratadas individualmente para evitar um aspecto de construção automática.”

Sobre Sandra Mazzini

Sandra Mazzini nasceu em São Paulo, em 1990, onde vive e reside até hoje. É formada em Artes Visuais pela Unesp e seu trabalho propõe uma alteração do real a partir das novas perspectivas que se apresentam pelas camadas visuais vibrantes criadas em suas obras.

As possibilidades poéticas de suas obras se apresentam na combinação da precisão com a leveza exercidas no seu fazer artístico. A artista traz o espectador para dentro de seu processo e propõe uma realidade alterada por meio da estrutura, da escala, do recorte e da gradação das cores, visíveis em suas telas.

Sobre Denise Mattar

Denise Mattar foi curadora do Museu da Casa Brasileira – São Paulo, (1985-1987), Museu de Arte Moderna de São Paulo (1987-1989), Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1990-1997). A partir de 1997, como curadora independente, realizou, entre outras, mostras retrospectivas de Di Cavalcanti, Flávio de Carvalho, Ismael Nery, Pancetti, Anita Malfatti, Volpi e Flexor, recebendo quatro prêmios APCA e dois ABCA. Entre seus trabalhos mais recentes estão a exposição comemorativa Movimento Armorial 50 Anos (CCBB), Sacilotto (São Paulo e Londres) e Modernismo Expandido (Museu Nacional da República).

Sobre o Farol Santander São Paulo

Desde sua inauguração, em janeiro de 2018, o Farol Santander já recebeu mais de 1 milhão de visitantes e apresentou 29 exposições nos eixos temático e imersivo. As atrações do Farol Santander ocupam 18 pisos dos 35 do edifício de 161 metros de altura que, por um longo período, foi a maior estrutura de concreto armado da América do Sul.

As visitas começam pelo hall do térreo, que conta com a Loja da Cidade e o famoso lustre de mais de 1,5 toneladas, seguindo até o Mirante do 26º que, após a revitalização, ganhou um Café especial, com uma das vistas mais famosas de São Paulo.

Do 2º ao 5º andar os visitantes podem conhecer a história do prédio e da própria cidade, no Espaço Memória, que tem mobiliários originais feitos pelo Liceu de Artes e Ofícios nas salas de reuniões, diretoria e presidência, ambientadas sonoramente para simular o funcionamento a época como Banco do Estado de São Paulo. Na galeria do 4º andar fica a obra Vista 360, feita exclusivamente pelo artista brasileiro Vik Muniz para o Farol Santander São Paulo.

No subsolo do edifício, está instalado o Bar do Cofre SubAstor, onde funcionava o cofre do Banco do Estado de São Paulo desde 1947 (tombado pelo Patrimônio Histórico). O bar é ambientado com as características da época e pitadas contemporâneas em design e mobiliários, com cartas de drinks especiais, além de comidinhas.

Já no 28º andar, foi inaugurado em outubro de 2021 o Boteco do 28 por Bar da Cidade, com um menu em referência à culinária da antiga Paulistânia, nascida da união entre ingredientes e costumes indígenas e portugueses, aliados às necessidades de deslocamento pelo grande território que correspondia à Capitania de São Paulo (1720).

Outra novidade conectada a gastronomia é a Cozinha do 31 por Accademia Gastronomica, parceria inaugurada em maio deste ano e que mantém uma agenda fixa e semanal de cursos e aulas de gastronomia com diversos chefs.

Ainda no primeiro semestre de 2022, o Farol Santander São Paulo anunciou o novo funcionamento da Pista do 21, para prática de skate indoor. Em parceria com a Rajas Skatepark, um dos maiores complexos esportivos para prática do skate do País, com instrutores homologados pela Federação Paulista da modalidade, a Pista do 21 pode ser reservada para livre circuito de até sete skatistas por bateria e também oferece agendamento de aulas.

(Créd.: Filipe Berndt)