Farol Santander, centro de empreendedorismo, cultura e lazer, recebeu a mostra “Devaneios – Os Mundos de JeeYoung Lee”, com trabalhos da artista sul-coreana JeeYoung Lee e direção artística de Facundo Guerra.

Apresentada pelo Ministério da Cidadania e pelo Santander, via Lei de Incentivo à Cultura, a exposição inédita no Brasil teve as instalações The Panic Room (O Quarto do Pânico) e My Chemical Romance (Meu Romance Químico) ocupando o 22º andar edifício.

Formada pela Universidade Hongik (Coreia do Sul) e ganhadora do Prêmio Arte Soberana em 2012, JeeYoung Lee é conhecida pelas imagens surreais que cria, desde a concepção da ideia até a produção de todos os objetos cenográficos, transformando fisicamente o espaço em grandes maquetes e paisagens imaginativas.

Lee convidou o público a entrar no universo de seus devaneios, transformando os visitantes em coautores, testemunhas e participantes de suas ideias. Foi um paralelo com os países maravilhosos de Alice ou os arquipélagos de Lilliput para Gulliver. Desprendida do uso da tecnologia, Lee apostou em seu mundo mental, que nenhuma realidade virtual poderia alcançar.

Entrar nas instalações de Lee é como realizar um desejo comum entre as crianças: fazer parte de maquetes. Durante a exposição, o público circulou por um caminho pré-determinado no início, que levou de uma instalação para a outra. Na composição do ambiente, ao fundo das obras, também estavam expostas fotografias feitas pela artista, que evidenciaram seus trabalhos.

Para criar as instalações que fez parte desta exposição, a artista trabalhou durante meses em seu pequeno estúdio, onde explorou elementos que contribuiram não só com o aspecto visual, mas também com a sua identidade própria, a partir de seus desejos e estado de espírito.

Sem nenhum truque de photoshop ou computador, a artista utilizou uma câmera fotográfica e a diversificação de materiais para produzir todo o cenário sozinha, assumindo os papéis de fotógrafa, designer, escultora, artista e modelo.

The Panic Room (O Quarto do Pânico) é uma instalação de 7,10m x 9m que deriva dos lugares onde Lee costumava brincar na infância e de suas lembranças afetivas. A memória de se esconder  em um armário como um local de fuga conecta-se com os sentimentos gerados ainda na fase infantil da vida, como, por exemplo, situações de mudanças drásticas em um universo já estabilizado. Para sugerir um estado de caos emocional neste ambiente, a artista utilizou na obra elementos de Op Art, recurso visual que provoca ilusões de ótica.

My Chemical Romance (Meu Romance Químico), obra com medidas de 7,30m x 9m, teve como inspiração os vários dutos que a artista avistava em seu bairro, Mangwondong, em Seul (Coréia do Sul). Interessada por essas estruturas, JeeYoung desenvolveu um conceito para falar sobre os vários tipos de relações humanas, traçando em sua instalação um paralelo entre a complexidade da convivência social e a imagem da canalização dos dutos, como uma espécie de labirinto.

A compilação de emoções como ansiedade, expectativa, conflito, desilusão e frustração é visualizada nos tubos de PVC pintados de preto e amarelo, normalmente usados para indicar segurança, aviso e perigo em locais industriais ou de tráfego e sinalização rodoviária. A instalação também contou com efeitos sonoros em sua composição.

A mostra aconteceu no ano de 2020, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação.

Créditos: Edson Kumasaka