Itaú atinge a marca de 65 títulos remasterizados e inicia distribuição para entidades culturais de todo o país

A parceria entre o ITAÚ CULTURAL, a Funarte e a Atração Fonográfica para a remasterização de discos, originalmente gravados nas décadas de 70 e 80, está lançando o último lote do selo COLEÇÃO MUSICAL ITAÚ CULTURAL – ACERVO FUNARTE, com 10 títulos. Desde seu início, em 1997, o projeto possibilitou o acesso a 65 discos raros, de inestimável valor histórico, traçando um panorama da música brasileira por diferentes épocas, estilos e gêneros.

Com o objetivo de garantir o acesso de entidades culturais a este material de inegável importância para a memória fonográfica nacional, o ITAÚ CULTURAL irá distribuir gratuitamente duas mil cópias de cada título para centros culturais, fundações, universidades e escolas de música, a exemplo dos cinco lotes anteriores. A distribuição comercial será feita pela gravadora Atração.

Os destaques deste lote são os títulos dedicados a obra dos compositores Francisco Mignone e Radamés Gnatalli, o primeiro com uma atuação significativa para a  música erudita nacional e o segundo, adepto e incentivador-mor da fusão entre as linguagens erudita e popular.

A coleção conta com a assinatura de grandes chargistas para a ilustração de suas capas. Este lote exibe o trabalho de Santiago, Allan Sieber, Jaca, Ulisses Agnelli, Fábio Zimbres, Adolar, Ozires, Flávio Luiz, Jota e Louis Chilson.

Com esta parceria o ITAÚ CULTURAL intensifica o apoio que vem dando à música, ao lado de outras iniciativas, como a realização anual do Festival Música Nova e o projeto Rumos Musicais, pioneiro na abertura de espaços para novos talentos e propostas da produção musical brasileira.

 

LANÇAMENTOS DA COLEÇÃO MUSICAL ITAÚ CULTURAL –  ACERVO FUNARTE

 

CD 56 – FRANCISCO MIGNONE

O compositor, pianista e professor Francisco Mignone foi um dos principais representantes do movimento musical nacionalista. Como regente, teve uma atuação de destaque tanto no Brasil quanto na Europa. Além de ter sido maestro titular da Oruqestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC, dirigiu a Filarmônica de Berlim e a Orquestra da Academia de Santa Cecília, em Roma. Nesta gravação de 1979, a pianista Maria Josefina e o fagotista Noel Devos se unem à Orquestra Sinfônica Nacional da Rádio MEC para executar  as obras: Fantasia brasileira nº 3 para piano e orquestra (1935), Leilão, bailado (1942) e Concertino para fagote e  orquestra (1945).

CD 57 – CHICO ANTÔNIO – No balanço do ganzá

“Para tirar o Boi Tungão, Chico Antônio se ajoelha . Parece que ele adivinhou o valor artístico e social sublime dessa melodia que ele mesmo inventou  e já está espalhada por toda esta zona de engenhos. Estou divinizado por uma das comoções mais formidáveis da minha vida. Que artista. A voz dele é quente e duma simpatia incomparável”. É assim que Mário de Andrade apresenta as habilidades deste coqueiro para o Brasil em O Turista  Aprendiz. Talento este que seria recuperado 50 anos depois, em 1979, neste trabalho de documentação da riqueza sonora da região onde vivia o cantador, um projeto criado  por Aloísio Magalhães, graças ao seu entusiasmo perante seu encontro com Chico Antônio. A gravação traz um retrato da sobrevivência do coco enquanto gênero musical por um de seus maiores adeptos, em interpretações a todo vigor,  apesar de seus 80 anos.

CD 58 – MAURA MOREIRA – O Canto da Terra

O recital na voz privilegiada de Maura Moreira traça um panorama do canto popular na terra brasileira. Junto com a pianista Sonia Maria Vieira, ela interpreta cantos de fé, supertição, trabalho, amor, confluências raciais e heranças espirituais. Canta as lendas amazônicas de Waldemas Henrique, entre as quais Cobra Grande; cantos indígenas harmonizados por Aloysio de Alencar Pinto; pontos de santo; cantos afro-brasileiros, como também modinhas e cantigas que lembram a influência de tradições musicais européias.

CD 59 – FURIO FRANCESCHINI E SEUS INTÉRPRETES

Furio Franceschini nasceu em Roma em 1880 e faleceu em São Paulo, em 1976. Compositor e exímio organista, viveu no Brasil 72 anos, onde se naturalizou. Durante sessenta anos exerceu as funções oficiais de primeiro-organista e mestre-de-capela da Catedral da Sé de São Paulo. Deixou cerca de 600 composições para corais, orquestra, câmara, piano e órgão. Nestas gravações, realizadas entre 1980 e 1988, suas partituras são executadas por Eudóxia Ferraz, o duo Yara Ferraz e Amaral Vieira e Belkiss Carneiro de Mendonça.

CD 60 – VILLA-LOBOS

Em gravação datada de 1960, produzida pela Rádio MEC para o programa Música e Músicas do Brasil, o violinista Oscar Borgerth e a pianista Ilara Gomes Grosso resgatam a Primeira, Segunda e Terceira Sonata Fantasia e o Improviso nº 7 para violino e piano.

CD 61 – FRANCISCO MÁRIO – SUiTE BRASIL

Chico Mário, irmão do Henfil, irmão do Betinho, foi um dos precursores da produção musical independente nos anos 60. No disco Suite Brasil, de 1987, gravou chorinhos e baiões, executados por ele mesmo, ao violão, e com as participações especiais de Jaques Morelenbaum (violoncelo) e Carlos Rato (flauta). Ele e Affonso Romano de Sant’ana tinham o projeto de agregar uma letra na sua Suite Brasil e apresentá-la em alguma data como 7 de setembro, para mostrar um Brasil diferente do oficial. Vítima da Aids, não realizou seu sonho, mas nunca sucumbiu às pressões de gravadoras multinacionais para mudar o ritmo, a letra ou a harmonia de suas músicas.

CD 62 – 16 VALSAS PARA FAGOTE – NOEL DEVOS / FRANCISCO MIGNONE

O fagotista francês interpreta valsas escritas por Francisco Mignone, um dos maiores compositores brasileiros – autor das Valsas de Esquina, de grandes trabalhos orquestrais e diversas obras de câmara.  Noel Devos veio ao Brasil em 1952, a convite do maestro Eleazar de Carvalho para ocupar o cargo de primeiro fagote solista da Orquestra Sinfônica Brasileira. Há poucas obras escritas para esse instrumento, tanto no Brasil quanto no exterior. A 6º Valsa Brasileira e A Escrava que Não Era Isaura são alguns dos destaques desta gravação, que inclui ainda Macunaíma (A Valsa sem Caráter) e Aquela Modinha que o Villa Não Escreveu. Enquanto a 6ª, é “orquestrada”, esta valsa, dedicada à memória de Mário de Andrade, é lenta, exigindo do intérprete o seu mais belo sopro.

CD 63 – TRIBUTO A GAROTO – RADAMÉS GNATALLI E RAFAEL RABELLO

Radamés Gnattali, ao piano, e Rafael Rabello, ao violão de sete cordas, com arranjos do maestro Radamés, interpretam composições consagradas de Garoto e O Concertino nº 2 para Violão e Orquestra (1948), escrito originalmente para ele, que tinha esperanças de se apresentar com seu violão no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, fato ocorrido em 1953 sob a regência de Eleazar de Carvalho.

Um dos maiores instrumentistas brasileiros de todos os tempos, Aníbal Augusto Sardinha, conhecido pelo nome de Garoto, dominava com igual maestria quase todos os instrumentos de cordas, especialmente o violão, violão-tenor, banjo, guitarra havaiana, cavaquinho e bandolim, além de ser bom pianista. Aclamado como instrumentista genial, como compositor Garoto desfruta de renome internacional e ainda hoje suas composições são gravadas no exterior por violonistas famosos, particularmente na Europa e nos Estados Unidos. Muitas de suas músicas, como é o caso de Gente Humilde, hoje com letra de Vinicius de Moraes e Chico Buarque, cairam no gosto do grande público.

CD 64 – PROJETO ALMIRANTE – RADAMÉS GNATALLI

Radamés destruiu todas as fronteiras que buscavam demarcar os limites entre a música popular e a erudita do Brasil. Por isso, as presenças de Tom Jobim (piano), Paulinho da Viola (cavaquinho), Zé Menezes (guitarra) e Chiquinho do Acordeão (acirdeão) nesta gravação do Projeto Almirante são tão significativas: reúne os discípulos ao Mestre para dividir com ele a execução de suas obras.

Radamés se considerava um músico neoclássico nacionalista e isso se comprova com o exame de sua obra, marcada por um nacionalismo que nunca se vergou aos modismos impostos pela cultura estrangeira. Sua música possui extraordinária variedade e riqueza – a erudita e a popular. No repertório do disco estão Meu amigo Radamés (Tom Jobim), Meu amigo Tom Jobim (Radamés Gnattali), Sarau para Radamés (Paulinho da Viola), Obrigado, Paulinho (Radamés Gnattali), Capibaribe (Radamés Gnattali) e Um choro para Radamés (Capiba).

CD 65 – PRELÚDIOS CARACTERÍSTICOS E CONCERTANTES PARA VIOLINO SÓ – JERZY MILEWISKI & FLAUSINO VALE

O mineiro de Barbacena, Flausino Rodrigues Vale, deixou muitas obras no terreno da composição, não apenas para violino só. Coube a Jerzy Milewski – violinista de origem polonesa, no Brasil desde 71- a tarefa de revelar aos nossos dias os prelúdios compostos pelo mineiro Flausino Vale. Nas obras de sua criação, duas particularidades devem ser destacadas: assinalam a presença cultural do Brasil não só na elaboração dos temas como, no aproveitamento de melodias genuinamente populares; e utilizam-se de efeitos pouquíssimos usuais, como o de fazer execução com um só dedo numa só corda., embora sem abusar disso. Entre os violinistas de fama internacional que executaram suas composições encontram-se, para citar apenas dois nomes, Zino Francescatti e Isaac Stern. Seus prelúdios sào dedicados a grandes personalidades da música, tanto do Brasil como do exterior, tais como Raul Laranjeiras, Leonidas Autuori, Marcos Sales, H. Villa-Lobos, Ruggiero Ricci, F. Mignone Henryk Szeryng, Ernest N. Doring, Zino Francescatti, Isaac Stern, entre outros.

COLEÇÃO MUSICAL ITAÚ CULTURAL –  ACERVO FUNARTE

TÍTULOS LANÇADOS EM LOTES ANTERIORES:

Vivaldi & Pixinguinha / Elizeth Cardoso – Uma Rosa para Pixinguinha / Villa-Lobos para Crianças / Ao Capitão Furtado – Marvada Viola / Assis Valente /  Herivelto Martins – Que Rei Sou Eu?/ Francisco Mignone – 17 choros para Piano /  Documento Sonoro do Folclore Brasileiro – Volumes 1, 2, 3, 4 e 5 / Quinteto Villa Lobos / Matinas de Finados / João Pernambuco / Yes, Nós temos Braguinha / Capiba – 80 anos / Custódio Mesquita – Prazer em Conhecê-lo / Sérgio Assad – Música Nova do Brasil / Francisco Mignone – Dois Pianos / Cartola – Entre Amigos / Geraldo Pereira / Patápio Silva /  Candeia / Guerra Peixe – A Retirada da Laguna / Camargo Guarnieri  / O Piano Brazileiro de Carlos Gomes / Ismael Silva / Jararaca e Ratinho / Missa de Santa Cecília – volumes 1 e 2 / Orquestra de Cordas Dedilhadas de Pernambuco / Projeto Vitrine / Teca Calazans – Mário de Andrade / Radamés Gnatalli e Waldemar Henrique, Orquestra de Câmara de Blumenau / Henrique Oswald / Jacaré – Choro Frevado / Madrigal Renascentista / Araci Cortes / A Arte da Cantoria – Cangaço / Antonio Maria – A Noite é Grande / Alberto Nepomuceno / Ana Cândida – Noturnos Brasileiros / Guerra-Peixe e Heitor Alimonda /  Carlos Gomes – Seleção de Fosca & Lo Schiavo.

O lançamento aconteceu no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.