A protagonista dessa história, marcada por grandes desafios e conquistas, é a DRA. SILVIA BRANDALISE, médica com especialização em onco-hematologia infantil. Ela determina os rumos e aponta caminhos para o crescimento e a melhoria de atendimento do CENTRO INFANTIL BOLDRINI, hospital criado em 25 de janeiro de 1978. 

Créditos Léo Ramos

Quem conhece a sede do CENTRO INFANTIL BOLDRINI, em Campinas (SP), com sua arquitetura especialmente projetada, seu amplo espaço de atendimento e suas alas coloridas, nem imagina todo o caminho percorrido pela médica Silvia Brandalise até a concretização de suas convicções: atender, com dignidade, qualidade e tecnologia de última geração as crianças com câncer.

A história do BOLDRINI começou a ser contada ainda no ano de 1977, quando a Dra. Silvia era chefe da Enfermaria Pediátrica da Unicamp.

\ZNa época, a doutora cuidava de todas as crianças doentes da enfermaria, entretanto preferia sempre transferir os cuidados dos pacientes de oncologia infantil para a responsabilidade dos especialistas de adultos. Talvez por um certo bloqueio em lidar com o incurável, uma vez que a taxa de cura do câncer em pacientes nessa época não ultrapassava os 5%, talvez por não suportar assistir o sofrimento das crianças e mesmo talvez por causa de um instinto egoísta visando se proteger de um sofrimento maior, a doutora preferia transferir a responsabilidade do atendimento das crianças cancerosas para o especialista em Oncologia. No entanto, por convicção, a médica mantinha sempre a criança internada na Pediatria, porque nunca concordou com a permanência de crianças doentes em áreas de adultos.

Nesse ano de 1977, a Dra. Silvia Brandalise conheceu uma criança que mudaria sua vida: André Z., paciente de leucemia. O contato se deu através de uma residente do hospital que, vendo-se sozinha com a criança, pediu uma orientação da médica. Dra. Silvia, embora relutante, examinou o paciente. Percebendo então uma série de procedimentos  e diagnósticos errôneos, a médica propôs mudanças no tratamento, o que fez com que André Z. melhorasse. Sua mãe pede que a Dra. Silvia os acompanhe até Memphis, nos Estados Unidos, para dar continuidade ao tratamento. Ainda relutante, a médica é emocionalmente coagida e aceita o convite, ocasião em que acaba travando contato com o Dr. Rhomes Amin Aur, que lhe entrega o PROTOCOLO VIII sobre Leucemia para fins de estudo. Pouco tempo depois André Z. morre.

Crédito – Divulgação Boldrini

Mas o destino coloca outro André, filho de uma amiga, no caminho da Dra. Silvia Brandalise, também paciente de leucemia. Encaminhado para tratar-se em São Paulo, o próprio André implora para que a médica continue a tratá-lo. “Pare de chorar, vou cuidar de você”, responde Silvia Brandalise. Foi o passo decisivo para que a doutora pedisse o desligamento definitivo da chefia de Enfermaria da Pediatria da Unicamp e passasse a se dedicar a atender pacientes portadores de leucemia. André é hoje um dentista formado que realiza trabalho voluntário atendendo crianças no BOLDRINI.

O CENTRO INFANTIL BOLDRINI nasceu em 1978, com o apoio essencial do Clube da Lady de Campinas. O nome BOLDRINI homenageia um médico ilustre falecido em Campinas, dono da maior clínica privada da cidade, mas que se tornou muito querido pelos serviços prestados à população carente local. No início, o atendimento do hospital era restrito ao ambulatório, sendo que todas as internações eram feitas na Santa Casa , Casa de Saúde  e Centro Médico de Campinas. Como os pacientes cancerosos se tornavam muito sensíveis às infecções, havia a preocupação constante com problemas de contágio na enfermaria. O BOLDRINI sobreviveu, principalmente em seus primeiros anos, única e exclusivamente com a ajuda de iniciativas comunitárias, de voluntários, familiares e amigos de familiares.

Por meio da atuação do Dr. John Lane, em 1986, o CENTRO INFANTIL BOLDRINI recebe ajuda da Associação Beneficente Robert Bosch do Brasil para a construção de 1500m quadrados de área para o hospital.

Através de um apelo feito por outro garoto, Amilton, de 11 anos de idade, paciente do BOLDRINI que achava seu quarto muito “feio” e não aguentava ver sua mãe deitada no chão para poder dormir no quarto, Dra. Silvia estabelece um pacto: a doutora prometia que construiria um hospital bonito, cada quarto com uma janela para ver o sol, o céu e um quarto para as mães e Amilton prometeria que lutaria pela vida.

Dessa promessa feita e nunca quebrada, nasceu o atual CENTRO INFANTIL BOLDRINI, localizado hoje na Cidade Universitária, em Campinas. A Dra Silvia Brandalise foi recentemente convidada a fazer parte da União Internacional de Combate ao Câncer, uma das instituições da especialidade mais prestigiadas do mundo.

A Marra Comunicação realizou a assessoria de imprensa, para o Centro Infantil Boldrini, no ano de 1999.