Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo, unidade voltada à reflexão crítica e à produção de conhecimentos nos campos da educação, arte, gestão e mediação culturais, apresenta sua programação para as primeiras semanas de outubro. Divididas nas categorias de Autografias, Cursos e Palestras, Ciclos e Seminários, Em Primeira Pessoa, Gestão Cultural e Experiências Estéticas, o CPF promove, ao todo, durante esse mês, mais de 40 atividades, online ou presencial. As inscrições já estão abertas pelo site oficial, https://centrodepesquisaeformacao.sescsp.org.br/.

Entre os destaques dessa primeira quinzena de outubro, está o Fórum Internacional de Diplomacia Cultural e Cooperação Internacional, que acontece entre os dias 3 a 7 de outubro. A programação contempla encontros presenciais com especialistas brasileiros e representantes de entidades internacionais ou multilaterais para aprofundar o tema das relações e da cooperação internacional no marco das políticas e iniciativas da área cultural.

No dia 5 de outubro, a pauta ambiental ganha espaço com a atividade Despertar Climático. A palestra presencial apresenta os principais desafios que a humanidade enfrenta, como a crise econômica, social, ambiental e democrática, que são potencializadores da atual crise climática. Frente a esse cenário, o encontro debate o papel da sociedade civil na proposição de soluções.

Ainda no dia 5/10, as atenções se voltam para a Independência do Brasil: As Mulheres que Estavam Lá. Seja escrevendo panfletos anticoloniais, conspirando nos bastidores do poder, ou mesmo liderando revoltas e lutando no front, as mulheres desempenharam papéis chave nesse momento decisivo.

Sete delas são recuperadas neste livro: Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, Bárbara de Alencar, Urânia Vanério, Maria Felipa de Oliveira, Maria Quitéria de Jesus, Maria Leopoldina da Áustria e Ana Lins. Escritos pelas historiadoras e escritoras Antonia Pellegrino, Cidinha da Silva, Heloisa Starling, Marcela Telles, Patrícia Valim, Socorro Acioli e Virgínia Siqueira Starling, os textos da edição trazem de volta essas heroínas para participar, com justiça, das celebrações dos duzentos anos da Independência do país.

Menino de engenho 90 anos: novos olhares sobre José Lins do Rego é uma atividade online que celebra e analisa a obra que projetou o escritor paraibano como um dos expoentes do regionalismo e da história do modernismo no Brasil dos anos 1930. No dia 6 de outubro, reúnem-se especialistas na produção literária do autor, que procurarão apontar a força originária dessa espécie de “romance de formação” e ainda mostrar sua importância para a literatura contemporânea, interrogando sobre sua vigência em pleno século XXI.

Também no dia 6/10, um novo encontro sobre o escritor Oswald de Andrade é tema, sob o guarda-chuva do seminário Diversos 22. Em Estudos Sobe o Modernismo – Oswald de Andrade, o foco se volta para a publicação Obra Incompleta, de Oswald de Andrade, cujos dois tomos reúnem parte significativa da produção do modernista: toda a poesia, os romances Memórias Sentimentais de João Miramar e Serafim Ponte Grande, e textos diversos que têm como tema o ideário antropofágico: manifestos, textos de tese e de crítica.

Seguindo com a programação do carro chefe do CPF no segundo semestre, no dia 11 de outubro o seminário Diversos 22 também vai tratar do tema modernista. Com a pauta Estudos Sobre o Modernismo – A ideologia modernista, o encontro revisita a Semana de 22, tida como o nascimento da modernidade brasileira.

Na atividade Siba Em Primeira Pessoa, os inscritos terão a oportunidade de participar de uma conversa presencial com um dos fundadores da banda de música Mestre Ambrósio (1992), influência importante do movimento manguebeat. O cantor, compositor e instrumentista apresenta a sua trajetória artística.

A atividade presencial Parques urbanos em São Paulo: a cidade em expansão, que se inicia em 7 de outubro e vai até 25 de novembro, busca apresentar alguns parques urbanos em São Paulo e discutir o papel desses espaços, destacando as questões ambientais, a ecologia da paisagem, os serviços ecossistêmicos, as apropriações sociais e os conflitos da urbanização nas bordas urbanas, além de história, projetos e desafios cotidianos para gestão e manutenção.

Outro importante destaque da programação, a se realizar no dia 8 de outubro, Percursos Urbanos: Entre Largos, do Largo do Peixe ao Largo do Rosário propõe um percurso para quatro territórios afrocentrados, na Zona Leste de São Paulo, onde artistas, escritores e historiadores serão os cicerones desta viagem, fazendo o exercício de pensar os caminhos criativos, ao identificar localidades expressivas nas quais se desenvolvem e de onde irradiam iniciativas ligadas ao campo da cultura.

Confira abaixo a programação completa até 16/10:

  • Fórum Internacional Diplomacia Cultural e Cooperação Internacional

*Presencial.

Dia 3/10, segunda, das 19h30 às 21h30
De 4 a 7/10, terça a sexta, das 11h às 12h30
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00

4 de outubro (terça-feira)

Das 11h às 12h30

Encontro 1- Diplomacia e Mediação Cultural em tempos de conflitos

Inspiração: “Pelo amor de Deus, abram o universo um pouco mais” (Saul Below)

Convidados

Segundo dia do Fórum Internacional de Diplomacia Cultural e Cooperação Internacional, 4 de outubro, traz Irene Vida Gala (Brasil), Michel Gherman (Brasil/Israel) e Marta Porto (Brasil) para falar de “Diplomacia e Mediação Cultural em Tempos de Conflitos”, um tema que não perde a atualidade, considerando os conflitos armados e as tensões geopolíticas que abrangem 30 regiões do mundo, segundo a ONU.

Realizado presencialmente entre 3 e 7 de outubro em São Paulo, o evento realizado pelo Sesc por meio de seu Centro de Pesquisa e Formação com o objetivo de promover a reflexão sobre as diversas possibilidades da cooperação cultural através da diplomacia e das relações locais e internacionais, traz perspectivas e experiências de personalidades de diferentes áreas do campo cultural do Brasil e exterior.

Nesse segundo encontro, está em foco o desafio global de incluir nos processos de mediação de conflitos a perspectiva cultural inscrita em documentos internacionais, bem como as metodologias, ferramentas e ações culturais e artísticas que funcionam como norteadoras dos direitos humanos e da construção de uma cultura de convivência pacífica ao longo da vida.

Realizado logo após a Conferência Mundial da Unesco para as Políticas Culturais e o Desenvolvimento Sustentável – Mondiacult 2022 (Cidade do México, 28 a 30 setembro), que tem como um dos seus eixos a cultura de convivência e para a paz, o encontro aprofunda os desafios e as formas de cooperação que as políticas culturais têm na atualidade para contribuir com um processo gradativo de formação de uma cultura de paz.

Com dois anos de atuação no Conselho de Segurança da ONU, a diplomata Irene Vida Gala acredita que as trocas culturais são capazes de criar laços entre nações e populações. “Primeiramente, quero dizer que é uma alegria poder estar novamente presente em um evento organizado pelo Centro de Formação e Pesquisa do Sesc São Paulo. A diplomacia tem por pressuposto o diálogo como forma de promoção da paz e da cooperação, exatamente em contraposição a meios coercitivos, a sanções e, em última instância, à guerra. Para a condução do diálogo, é essencial a superação dos preconceitos e da desconfiança, o que se dá em razão do conhecimento mútuo, da compreensão e da empatia. O diálogo diplomático sustenta-se, ademais, sobre o respeito e a tolerância.”

“Todas essas condições são resultantes de um exercício constante de trocas culturais. Talvez a situação em que mais vivenciei essa situação foi, de fato, no período em que, como integrante da delegação brasileira, acompanhei, por dois anos, os trabalhos do Conselho de Segurança da ONU em temas relativos ao continente africano”, conta a diplomata.

A jornalista e crítica de cultura Marta Porto ressalta as experiências de países da América Latina dentro do contexto da mediação cultural em áreas e períodos conflituosos.

Segundo Marta, a mediação cultural está presente como instrumento de solução de conflitos em muitos países latino-americanos e em programas realizados em cidades brasileiras por anos. A primeira experiência mais estruturada que participei foi com os programas ‘Abrindo Espaços: Educação e Cultura para a Paz’, liderado pela Unesco em parceria com o Governo do Estado do Rio de Janeiro.

De acordo com a jornalista, a abertura e a ocupação dos prédios escolares aos finais de semana e no contraturno, com uma série de iniciativas combinadas de arte, cultura e formação para a cidadania, junto à capacitação de mediadores locais, trouxe resultados significativos na redução de índices de conflitos no ambiente escolar e nas comunidades no entorno das escolas.

Marta Porto também cita como exemplos positivos a iniciativa liderada no México pela antropóloga Lucina Jimenez, uma autoridade no tema e, em Medellín (Colômbia), o programa Parques Bibliotecas, reconhecido internacionalmente.

“É importante compreender que a mediação cultural é um dos dispositivos sociais que podem cooperar para a solução de conflitos, situações de violência ou de vulnerabilidade. Sua prática isolada, como qualquer outra, não tem papel decisivo. A visão deve ser sistêmica, estudada caso a caso e construída de forma participativa com os todos os atores envolvidos na solução do problema”, ela conclui.

O professor de Sociologia da UFRJ e pesquisador do Centro de Estudos do Antissemitismo da Universidade Hebraica de Jerusalém Michel Gherman representa uma visão judaica ampla e diversa. Para o especialista no conflito Israel-Palestina e em antissemitismo nos governos de extrema direita, da mesma forma que a comunidade judaica é composta de indivíduos muito diferentes entre si, é preciso reconhecer o direito de outros povos em situação provisória, como os palestinos. “Hoje: um primeiro ministro israelense reconheceu na Assembleia da ONU o direito nacional ao povo palestino. […] Devemos apoiar os que reconhecem o direito nacional palestino e os que combatem o antissemitismo”, ele declarou em seu perfil no Twitter.

  • Bollywood e Cinema Indiano para Iniciantes

*Presencial
Dia 3/10, segunda-feira, das 19h30 às 21h30
R$ 15,00 – 
credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes
R$ 25,00 – 
pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante
R$ 50,00 –
 inteira

Produzindo quase 2.000 filmes por ano, através de vários polos de produção, sendo Bollywood o principal, o cinema indiano domina de 85% a 90% do seu mercado interno e é adorado pelo seu próprio povo.

Apesar disso, é pouco conhecido no Brasil e raramente é exibido nas salas de cinema, ao contrário de, por exemplo, nos EUA, onde o filme “Vikram” estreou esse ano em mais de 500 salas.

Esse curso irá apresentar aos alunos o principal gênero do cinema indiano, o Masala, junto de um panorama histórico e as chaves para o público compreender as suas particularidades, além de falar sobre a Bollywood contemporânea e a ascensão de outros polos de produção nos últimos anos.

  • Despertar climático

*Presencial
Dia 5/10, quarta-feira, das 17h às 19h
Grátis

A palestra apresenta os principais desafios que a humanidade enfrenta, como a crise econômica, social, ambiental e democrática, que são potencializadores da atual crise climática. Frente a esse cenário, qual é o papel de cada cidadão na proposição de soluções?

Com Amanda Costa, jovem conselheira da ONU e fundadora do Instituto Perifa Sustentável.

  • Independência do Brasil: As Mulheres que Estavam Lá

*Presencial
Dia 5/10, quarta-feira, das 19h30 às 21h30
Grátis

O período marcado pelas lutas de Independência do Brasil, entre o fim do século XVIII e as primeiras décadas do XIX, legaram alguns dos episódios mais marcantes de nossa história, desde a Conjuração mineira, movimento ocorrido em 1789, até as revoluções que incendiaram o Nordeste do país a partir de 1817.

As narrativas desses momentos heroicos, no entanto, não costumam destacar a atuação das mulheres que, mesmo diante de interdição para participar da vida política, ocuparam a cena pública e tomaram corajosamente parte nesses combates por meio de diferentes estratégias. Seja escrevendo panfletos anticoloniais, conspirando nos bastidores do poder, ou mesmo liderando revoltas e lutando no front, as mulheres desempenharam papéis chave nesse momento decisivo.

Sete delas são recuperadas neste livro: Hipólita Jacinta Teixeira de Melo, Bárbara de Alencar, Urânia Vanério, Maria Felipa de Oliveira, Maria Quitéria de Jesus, Maria Leopoldina da Áustria e Ana Lins. Escritos pelas historiadoras e escritoras Antonia Pellegrino, Cidinha da Silva, Heloisa Starling, Marcela Telles, Patrícia Valim, Socorro Acioli e Virgínia Siqueira Starling, os textos da edição trazem de volta essas heroínas para participar, com justiça, das celebrações dos duzentos anos da Independência do país.

  • Casas: Espaços de produções culturais – Cozinhas afetivas

*Presencial
Dias 05/10 a 19/10, quartas, das 19h às 21h.
Grátis

Linha Fina: Gestão Cultural em espaços de gastronomia

Os dois encontros serão presenciais e direcionados para as pessoas interessadas em aprimorar os conhecimentos nos temas de curadoria, produção e gestão cultural. Em comum, esses gestores e gestoras organizam eventos em que a comida é parte da expressão cultural dos encontros que reúnem filosofia, arte, memórias afetivas e sensibilidades.

Nesse mês serão apresentados os coletivos e os espaços: Lá em casa para jantar; Ciclistas bonequeiros – com o projeto Triciclo Culinário; a cozinha da Ocupação Nove de Julho; e o coletivo Garaginha do Edith. A curadoria e a mediação desses dois encontros contam com a participação da gestora cultural Marilene Piccoli, idealizadora da Casa Constantina, lugar de gastronomia, ação cultural e pessoas que procuram desenvolver a memória afetiva através da culinária e do conceito de hospitalidade.

Dia 05/10 (quarta-feira)

Lá em Casa para jantar

O projeto trata da hospitalidade da cena gastronômica em ambientes domésticos: questões simbólicas sobre a comida, a mesa, chef anfritriã/o e a comensalidade.

Com Clau Gavioli

Ciclistas bonequeiros

Com o Triciclo Culinário, grupo que realiza investigações teatrais propostas em lugares públicos como ruas, praças, Casas de Cultura e CEUs. O Triciclo Culinário faz uma viagem a cultura brasileira, apresentando alimentos e relacionando com o tema patrimônio.

Com Gustavo Guimarães Gonçalves

Coletivo Garaginha do Edith

Atua como um laboratório de produção cultural, aprendizagem e formação de público focado em diversas linguagens. A sede é conhecida como “Garaginha do Edith”, pois as programações acontecem na garagem da casa.

Com Daniela Verde

  • Áreas Naturais Protegidas: A Natureza nas Infâncias (Módulo Virtual)

*Online
De 6 a 20/10, terças e quintas, das 19h às 21h30. Exceto dia 11/10
R$30,00 / R$15,00 / R$9,00

Linha fina: a importância do contato das crianças com a natureza para o desenvolvimento individual e coletivo

O Curso de Gestão de Áreas Naturais Protegidas chega a sua terceira edição em 2022. Esta é uma realização do Sesc São Paulo em parceria com a Universidade do Estado do Colorado (CSU) e que nesta edição conta com o apoio da Secretaria do Verde e Meio Ambiente da Prefeitura de São Paulo, da Fundação Florestal e da Confederação Nacional das RPPNs. O segundo ciclo, “Áreas Naturais Protegidas: A natureza nas infâncias”, abordará o conceito de infância sobre variadas perspectivas e relacionará a importância do contato com a natureza para o desenvolvimento individual e coletivo.

Entendendo os espaços naturais como lugares de elaboração de ideias, como fonte de repertórios variados que podem ser internalizados no cotidiano das diversas infâncias, conversaremos sobre espaços que facilitam experiências, sobre a gestão com foco no acolhimento e sobre o protagonismo das crianças na discussão destes temas. O curso é livre, voltado para todas as pessoas interessadas em se aprofundar e trocar informações a respeito destes assuntos.

O percurso de aprendizagem foi pensado de modo a estimular a participação ativa dos participantes, favorecendo o intercâmbio de saberes e experiências, de forma a possibilitar a reflexão e construção de soluções a partir das provocações e informações produzidas pelo curso.

Essa atividade faz parte da ação em rede Florestar: Áreas Verdes Educadoras, do Sesc São Paulo.

Cronograma:

06/10 (quinta-feira) – Do que estamos falando?

Com Marcia Gobbi, doutora em Educação pela Unicamp. É docente da Faculdade de Educação da USP, atuando na graduação e pós. Pesquisa crianças e mulheres em luta por moradia e a criação de desenhos infantis como fontes documentais.

Com Maria Isabel Amando de Barros, engenheira florestal e mestra em Conservação de Ecossistemas. É cofundadora da Outward Bound Brasil, organização voltada para a educação por meio da aventura ao ar livre. Desde 2015 é pesquisadora do programa Criança e Natureza do Instituto Alana.

13/10 (quinta-feira) – Espaços facilitadores de experiências

Com Mônica Passarinho, bióloga pela UnB, permacultora, facilitadora de processos em grupo, educadora para sustentabilidade com foco em aprendizagens com a Natureza e processos participativos.

Com Audrey Ramsey, coordenadora de treinamento do Protected Management Center da Colorado State University (CSU). É formada em Ecoturismo pela Ferrum College e tem mestrado em Liderança em Conservação Global pela CSU.

  • Menino de engenho 90 anos: novos olhares sobre José Lins do Rego

*Online
Dia 6/10, quinta, das 16h às 17h30
Dia 6/10, quinta, das 19h às 20h30
R$30,00 / R$15,00 / R$9,00

Linha fina: O minicurso celebra os noventa anos de lançamento do livro Menino de engenho, de José Lins do Rego

O minicurso on-line celebra os noventa anos de lançamento do livro Menino de engenho (1932), obra que projetou José Lins do Rego como um dos expoentes do regionalismo e da história do modernismo no Brasil dos anos 1930. Reúnem-se especialistas na produção literária do autor, que procurarão apontar a força originária dessa espécie de “romance de formação” e ainda mostrar sua importância para a literatura contemporânea, interrogando sobre sua vigência em pleno século XXI.

Mesa 1 – 16h-17h30 – O lugar do Menino de engenho no romance social da década de 1930

Este encontro propõe discutir as múltiplas experiências de leitura de Menino de engenho. Junto aos diferentes critérios de análise da obra, consagrados pela crítica literária, tem-se o objetivo de inscrever o legado desse livro nos quadros da criação romanesca que singularizou a década de 1930. Trata-se de examinar a inscrição da ficção de estreia de José Lins do Rego entre os romances sociais regionalistas da sua geração, no efervescente contexto do Nordeste, ao lado de Graciliano Ramos, Rachel de Queiroz e José Américo de Almeida.

Com Ivan Marques e Gustavo Tuna Rodrigues. Mediação de Bernardo Buarque

Mesa 2 – 19h-20h30 – As mil e uma “traduções” de Menino de engenho

Menino de engenho tem sido objeto não apenas de inúmeras reedições – ultrapassa hoje mais de 110 edições -, como também tem assistido ao longo dos anos a uma série de adaptações, seja para o teatro, seja para o cinema, seja até mesmo para os quadrinhos.

Outro aspecto que chama a atenção na trajetória da obra diz respeito às traduções para línguas estrangeiras, com sucessivas versões em espanhol, em inglês, em italiano e até mesmo em coreano e japonês. Em vista disso, o encontro explora essas diversas ressignificações do romance, por meio de sua tradução para outras línguas e de sua conversão para outras formas de expressão artística, prova da vitalidade autoral e da permanência do interesse por seu enredo no decorrer do tempo.

Com Regiane Matos e Bernardo Buarque. Mediação de Gustavo Henrique Tuna

Bernardo Buarque: doutor em História Social da Cultura (PUC-Rio), e professor adjunto da Escola de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV CPDOC). É bolsista de produtividade em pesquisa do CNPq e autor dos livros O descobrimento do futebol: modernismo, regionalismo e paixão esportiva em José Lins do Rego (2004) e ABC de José Lins do Rego (2012). Em 2022, organizou as Melhores crônicas de José Lins do Rego.

Gustavo Henrique Tuna: doutor em História Social (USP). Foi bolsista do Programa de Formação de Quadros Profissionais do CEBRAP (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento). Conquistou duas vezes o Prêmio Jabuti. Especialista na obra de Gilberto Freyre, realiza pesquisa de pós-doutoramento na USP e é Gerente Editorial na Global Editora.

Ivan Marques: professor de Literatura Brasileira na Universidade de São Paulo e pesquisador do CNPq. É autor de Cenas de um modernismo de província: Drummond e outros rapazes de Belo Horizonte (Editora 34, 2011), Modernismo em revista: estética e ideologia nos periódicos dos anos 1920 (Casa da Palavra, 2013) e João Cabral de Melo Neto: uma biografia (Todavia, 2021). Tem diversos artigos publicados sobre o modernismo, a poesia brasileira moderna e as relações entre literatura e cinema no Brasil.

Regiane Matos: professora e pesquisadora. É formada em Letras (USP) e mestre pelo IEB-USP, com a dissertação Mário de Andrade em diálogo epistolar com intelectuais e escritores uruguaios, peruanos, chilenos e colombianos. Doutora em História (CPDOC-FGV), com bolsa-sanduíche na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris. Autora da introdução à mais nova edição de O moleque Ricardo (2022).

  • Estudos Sobe o Modernismo – Oswald de Andrade (Diversos 22)

*Presencial
Dia 6/10, quinta, das 19h às 21h
Inscrições a partir das 14h do dia 27/9, até o dia 5/10.
Grátis

Livro: Oswald de Andrade – Obra incompleta Tomo I e II (Edusp)
Coordenador: Jorge Schwartz (USP)
Colaboradora: Gênese Andrade (FAAP)
Comentador: Roberto Zular (USP)
Mediador/a: Antonio Martinelli (poeta e gerente do Sesc Ipiranga)

  • Práticas corporais e atividades físicas na Atenção Primária à Saúde

*Presencial.
Dia 7/10, sexta, das 19h às 21h
Grátis

Linha fina: Palestra sobre atividade física e saúde.

Esta palestra presencial abordará o histórico e o contexto atual das práticas corporais e atividades físicas na Atenção Primária à Saúde (APS), promovendo reflexões sobre os determinantes sociais e as diretrizes/recomendações de atividade física, bem como as relações do ambiente com as possibilidades de prática e ampliação do acesso.

Com Átila Alexandre Trapé, doutor em Ciências pela USP e professor da EEFERP-USP. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Física e Saúde (@gepefs.usp). Coordenador do Grupo de Trabalho em “Práticas Corporais e Atividades Físicas na APS” da SBAFS (2021-2023).

  • Parques urbanos em São Paulo: a cidade em expansão

*Presencial
Dias: 7/10, sexta-feira 15h às 17h30
14/10 a 25/11, sextas-feiras, das 13h às 18h.

R$ 15,00 – credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes

R$ 25,00 – pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante

R$ 50,00 – inteira

Esta atividade presencial busca apresentar alguns parques urbanos em São Paulo e discutir o papel desses espaços, destacando as questões ambientais, a ecologia da paisagem, os serviços ecossistêmicos, as apropriações sociais e os conflitos da urbanização nas bordas urbanas, além de história, projetos e desafios cotidianos para gestão e manutenção.

Neste ciclo, visitaremos alguns parques da cidade de São Paulo e registraremos as múltiplas experiências nesses espaços. O conjunto de parques selecionados – com exceção do Parque Augusta – traz a questão da borda urbana que foi sendo ocupada ao longo dos anos, abraçando a área de reserva.

Programa:

07/10 – 15h às 17h30

1. Apresentação. Parques urbanos em São Paulo: preservação, educação ambiental e bordas urbanas

14/10 – 13h às 18h

2. Parque do Carmo

Palestrante: Luciana Schwander Ferreira, arquiteta e especialista em arborização e florestas urbanas.

21/10 – 13h às 18h

3. Parque da Ciência Butantã

Monitoria

28/10 – 13h às 18h

4. Parque Ecológico do Tietê

Palestrante: Paula Santoro, sobre a questão fundiária nos parques e estações ecológicas

4/11 – 13h às 18h

5. Parque do Jaraguá – Pico e Tekoa Ivy Porã

Palestrante: Lideranças indígenas Marcio Bogarin e Jurandir Jekupe

11/11 – 13h às 18h

6. Horto Florestal/ Pedra Grande

Palestrante: Bióloga e arquiteta Adriana Sandré, sobre Ecologia da Paisagem

18/11 – Não haverá aula

25/11 – 13h às 18h

7. Parque Augusta e encerramento

  • Quem joga? O lugar do jogador

*Online
Dia 07/10, sexta-feira, das 16h às 18h
Grátis

Diante de uma produção que busca extrapolar as finalidades do entretenimento massificado, o papel do desenvolvedor de jogos relacionados ao ativismo passa muitas vezes pela necessidade de mediação dos próprios significados impregnados na mídia. Para que seja compreendida, sua produção passa por um processo de educação midiática que precisa acompanhar cada elemento do jogo, seja sua narrativa, plataforma, escolhas de design e meios de circulação.

Como a mediação pode contribuir para a formação do público? Como chamar a atenção de jogadoras e jogadores, não somente nas questões do jogo, mas também para as pessoas que produzem e suas condições sociais?

  • Ilustrando com Ricardo Azevedo

*Presencial
Dia 8/10, sábado, das 15h às 17h
Grátis

Encontro presencial com o autor, que irá falar sobre algumas características e possibilidades do discurso visual, apontar diferentes graus de relação entre textos e imagens dentro de livros e, finalmente, relacionar literatura e ilustração por meio da comparação entre alguns tipos de texto e os tipos correspondentes de imagem e o recurso da metáfora visual.

  • Percursos Urbanos: Entre Largos, do Largo do Peixe ao Largo do Rosário

*Presencial
Dia 8/10, sábado, 13h às 17h30
Grátis

Entre Largos” propõe um percurso para quatro territórios afrocentrados, na Zona Leste de São Paulo, onde artistas, escritores e historiadores serão os cicerones desta viagem, fazendo o exercício de pensar os caminhos criativos, ao identificar localidades expressivas nas quais se desenvolvem e de onde irradiam iniciativas ligadas ao campo da cultura.

A primeira parada é no Largo do Peixe, localizado no bairro da Vila Matilde, nascedouro do Grêmio Recreativo Cultural Escola de Samba Nenê de Vila Matilde, fundada por um grupo de sambistas na década de 40, que faziam rodas de samba nessa região. Nos anos 50 e 60, junto com outras escolas da época, como a Lavapés e a Unidos do Peruche, a Nenê de Vila Matilde ajudou a criar a identidade do carnaval da cidade, sedimentando a expansão dessa festa paulistana.

A próxima parada é em Artur Alvim, mais precisamente na Vila Nhocuné, território originário de uma fazenda onde a corruptela “sinhô coroné”, batiza o nome da vila “Nhocuné”, nascedouro dos grupos artísticos como, “Doctor MC’s”, “4 R’s”, “Raça Negra” e “Nhocuné Soul”, aqui a recepção fica por conta do Centro Cultural Viela em Dia de Lua, espaço cultural fomentado pelos irmãos Renato Gama e Ronaldo Gama há 3 anos, conta com um espaço de leitura, gerido pela Dona Vera Lúcia, mãe dos irmãos Gama, responsável pelo funcionamento da biblioteca, assim como, pelos lanches distribuídos, após a realização das aulas semanais de violão ministradas pelo Ronaldo Gama e Renato Gama. Nesse território também acontecem pontualmente, shows e apresentações teatrais.

Em seguida, o ônibus parte para outro bairro de Artur Alvim, a Cohab I, sede do campo de Várzea da agremiação Negritude Futebol Clube, além de fomentar consciência racial e social, o clube é um dos principais times varzeanos da região e tem sua fundação inspirada no filme Ganga Zumba, o primeiro líder do Quilombo dos Palmares, se tornando assim, um dos alicerces da consciência negra na Zona Leste.

O término deste percurso, fica por conta do Largo do Rosário, mais especificamente, na Igreja dos Homens Pretos da Penha de França, um território ancestral, chão sagrado, patrimônio da cultura popular e afro-brasileira que resiste até hoje, construída pela antiga Irmandade do Rosário dos Homens Pretos, descendentes africanos mantidos em regime de escravidão no século XVIII. A Igreja é tombada pelos Conselhos de Defesa do Patrimônio Histórico do Estado CONDEPHAAT (Resolução 23/1982), e do município CONPRESP (Resolução 05/1991) e atualmente conta com um grupo não religioso denominado Comunidade do Rosário, que fomenta a preservação física e histórica deste território, um patrimônio cultural e imaterial, realizando mensalmente as celebrações inculturadas afro-brasileiras e anualmente, a coroação da Rainha e Rei de Festa, com a recepção de mais de 15 congadas originárias de Mina Gerais e São Paulo Capital e Interior.

Durante os trajetos, entre uma parada e outra, o escritor, ator e multiartista Almir Rosa, fará a ambientação de um cenário histórico ao outro e em cada parada, contaremos com uma pessoa que ciceroneará as pessoas participantes.

1ª Parada: Largo de Peixe – Vila Matilde

2ª Parada: Centro Cultural Viela em Dia de Lua – Vila Nhocuné

3ª Parada: Campo de Várzea da Agremiação Negritude Futebol Clube – Cohab I

4ª Parada: Largo do Rosário, Igreja dos Homens Pretos da Penha de França.

  • Mães em Luta(o)

*Presencial
Dia 8/10, sábado, 13h às 17h30
Grátis

Por ocasião do lançamento do livro Mães em Luta (Ed. Fábrica de Cânones), o grupo de mulheres que integra o Movimento Mães em Luto da Zona Leste fará uma conversa sobre a importante rede de apoio necessária à sobrevivência daqueles que perdem seus filhos em situações de violência policial.

Serão discutidas questões como: quais apoios se fazem necessários para continuar vivendo com dignidade, após perdas tão brutais?

Quais as possíveis contribuições da arte, da escrita e dos grupos de apoio psicossocial para o fortalecimento da luta por justiça?

  • As canções originais de cena de William Shakespeare

* Presencial
Dia 10/10, segunda, das 15h às 17h
Grátis

A palestra abordará as canções que Shakespeare escreveu para suas comédias e tragédias em conjunto com diversos compositores. Terá como base a tese de doutorado defendida no Departamento de Letras Modernas da Universidade de São Paulo, cujo título é: As Canções de Cena de William Shakespeare – resgate das canções originais, transcrição e indicações para tradução, sob orientação do Prof. Dr. John Milton, bem como os dois livros publicados tanto no Brasil quanto na Inglaterra, com o conjunto das canções – algo inédito em ambos os países.

Com Carin Zwilling, musicista, musicóloga, professora doutora pela FFLCH, USP. Tem pós-doutorado em Musicologia pela ECA-USP e é professora colaborada do Departamento de Música da ECA-USP.

  • Edição Fotográfica: fundamentos do discurso com imagens

* Presencial
De 11/10 a 29/11, terças, das 19h às 21h30. Exceto dia 15/11
R$80,00 / R$40,00 / R$24,00

Linha Fina: Sentidos do discurso fotográfico

A expansão da noção de imagem individual e as intensas experimentações narrativas na fotografia a partir da década de 60, trouxe grande ênfase às etapas de edição e sequenciamento, de tal forma que talvez seja possível dizer que para muitos fotógrafos contemporâneos essas etapas tornaram-se mais determinantes para a construção do discurso do que a captação da imagem.

Este curso presencial propõe investigar os fundamentos da construção de sentido no discurso fotográfico, a partir da compreensão de camadas que se revelam ao observarmos atenta e repetidamente as imagens.

Em um ambiente de ateliê, onde haverá uma impressora à disposição dos alunos, serão articulados exercícios de edição de imagens próprias e apropriadas a fim de estimular os participantes a experimentarem as diferentes camadas de construção do discurso, desde a justaposição até estruturas mais complexas como a série e a sequência.

Aos exercícios práticos se articularão aulas expositivas com referências da história da fotografia, que embasarão o aprofundamento da prática proposta. As últimas três aulas serão dedicadas ao desenvolvimento de uma sequência por aluno, que poderá ser impressa em sala para produção de um boneco de livro.

Programa

11/10 (terça-feira) – Aula 1

– Apresentação do curso e dos participantes

– Aula Expositiva (Parte 1): “A imagem e seus sentidos evasivos”

– Aula Expositiva (Parte 2): “O discurso visual em camadas”

– Exercício 1 – Aleatório

* O que trazer: 20 imagens 10x15cm (10 próprias e 10 apropriadas) impressas, que não tenham necessariamente relação entre si.

  • Arte, Educação e pedagogias radicais

*Online
De 11/10/2022 a 25/10/2022

Terça, 10h às 13h.
Inscrições a partir das 14h do dia 27/9, até o dia 9/10.

R$ 9,00 – credencial plena: trabalhador do comércio de bens, serviços e turismo matriculado no Sesc e dependentes

R$ 15,00 – pessoa com mais de 60 anos, pessoa com deficiência, estudante e professor da rede pública com comprovante

R$ 30,00 – inteira

Esse curso on-line conceitua e situa as circulações e apropriações de ideias e ideais das pedagogias radicais pelo campo das artes.

Aula 1 – A virada educacional na arte contemporânea: mediações, educações e pedagogias artísticas

A primeira década dos anos 2000 foi marcada pela expansão de projetos pedagógicos que, empreendidos por artistas e curadores, lançam mão da educação – seja como método, como formato, no desenvolvimento de conferências, seminários, salas de leitura, publicações, ateliês ou mesmo na criação de escolas como arte. Discutiremos este debate sobre a “virada educacional das artes”, problematizando a educação como valor e contrapartida social nos circuitos artísticos.

Aula 2 – O artista cria e o público faz conexões? Divisão social da produção do conhecimento nas artes

Analisaremos obras nas quais pedagogias críticas, crítica institucional e o debate em torno das condições de trabalho do educador são pautados, refletindo sobre as relações assimétricas que são criadas quando a tematização e usos da educação não se desdobram no reconhecimento do educador por parte deste circuito.

Aula 3 – Educação contra hegemônica

Ressaltar e refletir, junto aos participantes, sobre os desafios e possibilidades das interfaces entre arte e educação pela ótica das práticas das educadoras. Pensar no conceito de contra-hegemonia como chave de leitura para os contextos e circuitos do sul.

  • Estudos Sobre o Modernismo – A ideologia modernista (Diversos 22)

*Presencial
Dia 11/10, terça-feira, das 18h às 21h
Inscrições a partir das 14h do dia 27/9, até o dia 10/10.
Grátis

Livro: A ideologia modernista: a Semana de 22 e sua consagração (Ed. Todavia)
Autor: Luís Augusto Fischer (UFRGS)
Comentadora: Lucia Ricotta (UniRio)
Mediador: Sergio Miceli (USP)

  • Esporte para Todos na República Tcheca: A experiência da Sokol

*Presencial
Dia 11/10, terça-feira, 19h às 21h.
Grátis

A Sokol é uma instituição Tcheca de Esporte para Todos que promove ações esportivas, culturais, sociais e educacionais. Neste encontro serão apresentados os valores, a missão e a visão da Sokol na promoção do Esporte para Todos e os principais projetos.

Também serão abordadas as estratégias adotadas ao longo dos anos para manter a instituição, bem como os desafios e as oportunidades na área.

  • Encontro da “Redes” Vidas Ativas – 8ª edição

*Online.
Dia 13/10, quinta, das 10h às 12h
Grátis

Linha fina: Encontro online de coletivos para fomentar uma sociedade mais ativa

Encontro online aberto a pesquisadores e profissionais de áreas que fomentam uma sociedade mais ativa, para a troca sistematizada de experiências e o desenvolvimento de conexões, parcerias e espaços coletivos que possam impactar políticas públicas e/ou contribuir com organizações da sociedade civil. Os encontros acontecem mensalmente.

Com integrantes da “Redes” Vidas Ativas.

  • Presença de Hannah Arendt: vida, obra e pensamento

*Presencial
De 13 a 28/10, quintas e sextas, das 10h às 12h
R$60,00 / R$30,00 / R$18,00

Linha Fina: Minicurso sobre o pensamento de Hannah Arendt

Este curso, presencial, objetiva apresentar às alunas e alunos a obra, pensamento e a vida de Hannah Arendt, uma das grandes intérpretes da política no século XX.

Num momento profundo de crise é vital voltarmos ao pensamento da teórica política Hannah Arendt. A autora esteve, e está, envolvida nos EUA e no Brasil em uma série de debates e polêmicas sobre questões contemporâneas.

Hannah Arendt (1906-1975) entrou novamente no debate político e de ideias no Brasil. A filósofa, pensadora e escritora alemã circula nos ambientes culturais, na academia e no debate público brasileiro desde os anos 1980 de quando foi introduzido por aqui pelo filósofo político, professor da faculdade de direito da USP e ex-aluno de Arendt, Celso Lafer. E desde então ela é autora fundamental e inescapável para a compreensão política do mundo contemporâneo.

Cronograma das Atividades do Curso

13/10 (quinta-feira) – Apresentação

Texto – YOUNG-BRUEHL, Elizabeth. Por Amor ao Mundo: A Vida e Obra de Hannah Arendt. Rio de Janeiro. Relume Dumará, 1997.

14/10 (sexta-feira) – Europa e Mundo em Crise: Emergência do Totalitarismo – 14/10/2022

Texto – ARENDT, Hannah. As Origens do Totalitarismo. São Paulo. Companhia das Letras, 2013.

20/10 (quinta-feira) – Na América Republicana: parte I – (O Conceito de Ação Política)

Texto – ARENDT, Hannah. A Condição Humana. Rio de Janeiro. Forense Universitária, 2001.

21/10 (sexta-feira) – Na América Republicana: parte II – (Revolução e os Conselhos Políticos)

Texto – ARENDT, Hannah. Sobre a Revolução. Lisboa. Relógio D’Água, 2001.

27/10 (quinta-feira) – A Questão Racial e a Violência

Texto 1 – ARENDT, Hannah. Reflexões sobre Little Rock. In: ARENDT, Hannah. Responsabilidade e Julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.

Texto 2 – ARENDT, Hannah. Sobre a Violência. Rio de Janeiro. Civilização Brasileira, 2009.

Textos deste tópico serão indicados ao longo do curso.

Com Ronaldo Tadeu de Souza, doutor e pesquisador de Pós-Doutorado no Departamento de Ciência Política da USP, no Grupo de Pesquisa Soberania Popular em Perspectivas Histórica (CNPQ-USP), pesquisador no Núcleo de Estudos em Teoria e Pensamento Político do Cedec e editor do Boletim Lua Nova/Cedec.

  • Ser Sonoro: Uma História da Escuta

*Presencial

De 13/10 a 17/11, quintas, das 19h às 21h

R$60,00 / R$30,00 / R$18,00

Linha fina: Sentidos, espaços e tempos da escuta

6 encontros com a contribuição de distintas áreas do saber, como Antropologia, Acústica, Psicologia, Biologia Evolutiva, Musicologia, Filosofia, História, Comunicação e Estudos Culturais. Do interior do útero materno até depois do último suspiro, da evolução do sistema auditivo nos hominídeos aos sons que você ouve nesse instante, ‘Uma História da Escuta’ irá explorar as formas de habitar e criar o mundo por meio de sons.

Aula 1. Sentidos da escuta: escutar vai muito além de ouvir sons através do nosso aparelho auditivo. Por meio da escuta é possível criar mundos, formas de interação, comunicação e identidades. Nesta aula introdutória iremos explorar as dimensões biológicas, psicológicas, sociais, culturais, afetivas e políticas da escuta e como seus sentidos foram solapados por uma racionalidade baseada na visão.

Aula 2. Espaços de escuta: o fenômeno sonoro cria sempre um espaço dentro do qual a escuta acontece. Esse espaço é um dado natural – nas paisagens sonoras de cada ambiente – mas é também moldado por nós – tanto pela atuação do corpo na paisagem quanto pela tecnologia e arquitetura. Uma vez habitados, os espaços se transformam em lugares de escuta que, assim como os de fala, produzem identidades e subjetividades.

Aula 3. A escuta pré-moderna: a escuta surge como um instrumento de vigilância aperfeiçoado ao longo de milhões de anos e por nós herdado para apontar ameaças e oportunidades no ambiente natural. Ao promover sincronia e ressonância entre os pequenos grupos humanos, a ferramenta adaptativa da escuta ganha, ao longo do processo de hominização, contornos psicossociais e culturais, aperfeiçoados noite após noite ao redor da fogueira.

Aula 4. A escuta moderna: durante a modernidade os sentidos da escuta se expandem tanto em direção às multidões – com a expansão das grandes religiões monoteístas, o imperialismo colonial, as metrópoles e mais à frente o rádio e a cultura de massa – quanto ao indivíduo – com o surgimento da canção popular moderna, da noção de gosto musical, da psicanálise, do telefone e das tecnologias de gravação sonora. Esse alargamento cria e entrelaça novas formas de escuta individuais e coletivas.

Aula 5. A escuta pós-moderna: a escuta contemporânea é marcada pela sobreposição, aglutinamento e fusão das paisagens sonoras. Este reposicionamento acelera a transição entre uma escuta coletiva, típica da modernidade, e escutas isoladamente conectadas, promovidas por redes sociais digitais, aplicativos de streaming e fones de ouvido. Exacerbada pela poluição sonora e pela multiplicação de vozes presentes nas paisagens, esta mudança gera implicações culturais e políticas como a crise das narrativas e a pós-verdade.

Aula 6. Escutas simultâneas: as diferentes formas de escuta apresentadas no curso não são excludentes, tampouco apartadas de forma precisa pelos marcadores históricos. Cada nova invenção, inovação tecnológica, preferência ou hábito de escuta soma-se aos anteriores de forma a ampliar as possibilidades da audição. No último encontro do curso, iremos explorar as conexões, contradições e simultaneidades das distintas formas de escutar.

Com Fernando Cespedes, mestre e doutor em Teorias da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) com estágio de pesquisa na Stanford University, nos EUA. Trabalhou no Google entre 2009 e 2015, primeiro na área de produtos de publicidade e depois com conteúdo para marcas e entretenimento no YouTube. É professor, pesquisador e consultor nas áreas de Comunicação Digital, Tecnologias da Educação, Som e Música.

  • Siba Em Primeira Pessoa

*Presencial
Dia 13/10, quinta-feira, 19h30 às 21h30.
Grátis

Uma conversa presencial com um dos fundadores da banda de música Mestre Ambrósio (1992), influência importante do movimento manguebeat. O cantor, compositor e instrumentista apresenta a sua trajetória artística.

Discografia: Fuloresta do Samba (2002), No Baque Solto Somente (2003), Toda Vez que Eu Dou um Passo o Mundo Sai do Lugar (2007), Violas de Bronze (2009), Avante (2012), Do Baile Solto (2015) e Coruja Muda (2019).

  • Ciclo De onde viemos? Onde estamos? Para onde vamos? Progresso a qualquer preço?

*Online
Dia 13/10, quinta-feira, das 10h às 12h
Grátis

Reflexão sobre as múltiplas humanidades e algumas das características que elas foram adquirindo, a partir dos encontros e desencontros das diferentes culturas nos diversos espaços e tempos de construção da vida social. Seguimos na procura de respostas às questões que vêm sendo colocadas desde o início das sociedades humanas, buscando compreender as mudanças que nos trazem desafios e desenvolver esforços para a construção de uma vida ampla, em conjunto com todos os seres do planeta.

A professora Tatiana Roque se debruça sobre o tema das tecnologias, ossos e a pedra polida; o fogo e a roda. Os metais, os transportes, os tipos móveis.

A comunicação de massa. A comunicação digital. O metaverso.

  • Futebóis dissidentes e plurais: disputas políticas e ocupações LGBTQIA+

*Online
De 14 a 28/10, sextas, das 9h30 às 11h30
Grátis

Linha fina: Curso online sobre futebol e diversidade.

Este curso online, dividido em três encontros, propõe reflexões e debates sobre a história do futebol no Brasil, tirando dos holofotes o futebol masculino espetacularizado e enfocando em algumas das principais apropriações e ressignificações do jogo por pessoas e coletivos LGBTQIA+. Cada encontro tratará de um distinto contexto histórico-político, apresentando diferentes ocupações do futebol brasileiro por atores LGBTQIA+.

Encontro 1: Coligay e Fla-Gay: o desbunde das torcidas gays durante a ditadura “hetero civil-militar”

Histórico das torcidas gays que ganham visibilidade midiática e mesmo nas arquibancadas de estádios durante a segunda metade da década de 1970, enquanto o Brasil vivia sob um regime de ditadura, marcado pela violência e pela censura.

Encontro 2: Torcidas Livres e Queer: ocupações torcedoras contrárias à LGBTIfobia que constroem visibilidade via redes sociais

Abordagem das movimentações que ficaram conhecidas como torcidas livres e queer (tais como Palmeiras Livre, Galo Queer, Bambi Tricolor entre outras), formadas a partir de abril de 2013.

Encontro 3: Times LGBTQIA+ e a reivindicação do direito de aparição pelo exercício performativo de ocupação de espaços futebolísticos.

Neste encontro, será destacado o aparecimento dos times de futebol amadores (seja futsal, futebol soçaite e mesmo de campo) dirigidos para pessoas LGBTQIA+, que, hoje, estão distribuídos por diversas partes do país, e tem organizado ligas e circuitos de futebol LGBTQIA+, promovendo uma crescente ocupação de espaços que antes eram vistos como exclusivos para homens cisgêneros heterossexuais.

Com Maurício Rodrigues Pinto, mestre pelo Programa Interdisciplinar Mudança Social e Participação Política, da Universidade de São Paulo; doutorando pelo Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade de São Paulo (PPGAS-USP) e pesquisador do Núcleo de Estudos sobre os Marcadores Sociais da Diferença (NUMAS/USP).

  • Comida de preto no território da Grota do Bixiga

*Presencial
Dia 15/10, sábado, das 14h às 16h
Grátis

Linha Fina: A herança africana na culinária nacional e a suas influências na alimentação no bairro do Bixiga nos dias atuais.

Palestra presencial discorre sobre a herança africana na culinária nacional e quais desses pratos foram incorporados na alimentação do dia a dia do povo preto do Bixiga e quais outras comidas podem ser características dessa população através de pesquisa oral a se realizar junto aos moradores de famílias tradicionais do local, assim como desmistificar a feijoada como prato criados pelos escravos.

A recente divulgação de achados arqueológicos remanescentes de um quilombo no terreno onde se realizam as obras da Linha Laranja do metrô no “Vale do Saracura”, vem ao encontro do crescente movimento de preservação da Grota do Bixiga, área tombada de manancial do Córrego do Saracura. Para além da importância geomorfológica e ambiental, a região da Grota é parte importante da história do povo afrodescendente na cidade de São Paulo, sendo ainda uma resistência atual frente a história de expulsão e apagamento da memória dos moradores pobres e pretos da região.

Essa atividade faz parte da ação em rede “Experimenta! Comida, saúde e cultura”, do Sesc São Paulo.

Com Rogério Leite, chefe de cozinha com formação no SESC Águas de São Pedro (1989), proprietário do “restaurante” Jantar na Rocha (Bela Vista), atuou em cozinhas diversas pelo estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

  • Cine Debate: Carro Rei

*Presencial
Dia 15/10, sábado, das 15h às 18h
Grátis

Em “Carro Rei” (2021, 99 min.), Uno tem um dom fantástico: ele fala com carros.

Quando uma lei proíbe a circulação de carros velhos, Uno e seu tio armam um plano. Eles transformam o velho táxi da família em “novo”. Seu amigo de infância agora pode falar, ouvir e até se apaixonar. Ele é o Carro Rei, um carro que tem planos para todos.

O filme fez sua estreia mundial no IFFR 2021 (Festival de Roterdã) e estreou no Brasil no Festival de Gramado, levando quatro prêmios e o Melhor Longa Brasileiro do Júri Oficial.

Sobre o Centro de Pesquisa e Formação – Sesc São Paulo

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc é uma unidade voltada à reflexão crítica e à produção de conhecimentos nos campos da educação, arte, gestão e mediação culturais.

A proposta do Centro de Pesquisa e Formação é a de constituir um espaço articulado entre produção de conhecimento, formação e difusão. Procura-se, assim, propiciar trânsitos e trocas entre o saber fazer da instituição, os dados, informações e pesquisas existentes, bem como as temáticas permanentes, transversais e emergentes envolvendo educação e cultura.

O Centro de Pesquisa e Formação é composto por três núcleos: o Núcleo de Pesquisas, que se dedica à produção de bases de dados, diagnósticos e estudos em torno das ações culturais e dos públicos; o Núcleo de Formação promove encontros, palestras, oficinas e cursos; o Núcleo de Publicações e Difusão se volta para o lançamento de trabalhos nacionais e internacionais que ofereçam subsídios à formação de gestores e pesquisadores.