O coreógrafo responsável pelos grandes musicais de Hollywood nos anos 30
Quando os filmes musicais não passavam de adaptações dos palcos para as telas, ele tirou a câmera de seu lugar – o solo – para posicioná-la acima, abaixo, e, principalmente, entre as coristas. Busby Berkeley (1967, 55 min, VHS), de André Labarthe, é a próxima atração do Ciclo de Videodança Itaú Cultural – Mostra Cinemateca de Paris, dia 10 de outubro, às 18h30, no Itaú Cultural em São Paulo, e dia 13, às 19h30, no Auditório Brasílio Itiberê, em Curitiba.
O documentário sobre o coreógrafo Busby Berkeley, um dos mais inventivos criadores de balé para o cinema, inclui entrevista exclusiva e extratos de musicais como 42nd Street, Gold Diggers of 1933 e Footlight Parade. Dono de uma imaginação ilimitada, Berkeley recorria a iluminação, efeitos especiais e coros enormes para musicais da MGM e da Warner Bros.
Um de seus maiores sucessos Gold Diggers of 1933, com a participação de Ginger Rogers, nos mostra o stress, muito antes de receber este nome dos psiquiatras, por meio do estado dos heróis da guerra, reduzidos a pedintes nas ruas diante da Grande Depressão que assolou os Estados Unidos depois de 1929.
42nd Street estabelece o triângulo amoroso que apareceu em vários de seus filmes: uma garota, seu pai e o jovem bonzinho que a ama, porém não tem um centavo para sustentá-la – uma situação com grande ressonância nesse período da história americana.
No musical Footlight Parade, um diretor de teatro tenta se superar com números musicais espetaculares, como Honeymoon Hotel, By a Waterfall e Shanghai Lil, interpretados por Joan Blondell, Ruby Keller, Lloyd Bacon, entre outros grandes nomes da época.
Busby Berkeley
Nascido em 1895 em Los Angeles, o filho caçula de um diretor de teatro e uma atriz, desenvolveu suas habilidades em organizar grandes contingentes como tenente durante a Primeira Guerra. Nos anos seguintes, o resultado de suas produções na Broadway caiu nas graças de Samuel Goldwyn, que o levou para Hollywood.
Ao filmar formações simétricas sob ângulos inusitados, ele obtinha um visual abstrato que caracterizaria sua obra. Embora Berkeley nunca tenha estudado dança, sua reputação como diretor nessa área está ligada a sua percepção quase militar do conjunto. Assim como muitos coreógrafos contemporâneos, o que ele fazia era contratar os melhores dançarinos e dar-lhes instruções, permitindo que se dedicassem ao que eram bons, dizendo-lhes onde parar, quando continuar e quando parar. Seu verdadeiro talento estava na movimentação da câmera e na construção das cenas, ele planejava cada tomada e sua edição.
O CICLO DE VIDEODANÇA Concebido e curado pela jornalista e crítica de dança Ana Francisca Ponzio, o CICLO DE VIDEODANÇA integra a programação do Núcleo de Artes Cênicas do ITAÚ CULTURAL. A Mostra Cinemateca de Paris, que conta com o apoio cultural do Consulado Geral da França em São Paulo, exibe obras do acervo da Cinémathèque de la Danse de Paris, uma instituição criada em 1982 pelo Ministério da Cultura francês como parte da Cinémathèque Française, fundada, por sua vez, em 1936. Com um dos maiores acervos do mundo, a Cinémathèque de la Danse organiza programas culturais que divulgam as transformações da dança ao longo do século XX.
Com o objetivo de abrir um canal de acesso permanente à história da dança e às manifestações contemporâneas, a partir de acervos prestigiados internacionalmente, a curadora Ana Francisca Ponzio selecionou os vídeos pensando em fazer do ato de ver dança um hábito tão cotidiano como ir ao cinema. A localização do ITAÚ CULTURAL, em plena avenida Paulista, um ponto de fácil acesso e inserido no circuito cultural da cidade, é mais um ponto a favor do sucesso dessa iniciativa. O ITAÚ CULTURAL realiza as sessões aos domingos, às 17h, em São Paulo, e cede os vídeos à Secretaria do Estadual da Cultura do Paraná para outra exibição. Em Curitiba, os filmes são apresentados às quartas-feiras às 19h30 no Auditório Brasílio Itiberê.
PROGRAMAÇÃO
Exibições aos domingos em São Paulo e nas quartas-feiras seguintes em Curitiba
17 de outubro: Noureev.
24 de outubro: Jiri Kylian e Tesouros da Cinemateca da Dança de Paris.
CICLO DE VIDEODANÇA ITAÚ CULTURAL – Mostra Cinemateca de Paris
Exibição de Busby Berkeley (1967, 55 min, VHS)
Realização: André Labarthe
O Ciclo de Videodança foi realizado no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Itaú Cultural.