Orquestra Sinfônica da USP realizou no Teatro da Faculdade de Medicina da USP, concerto com obras do compositor Heitor Villa-Lobos (1887-1959) e José Siqueira (1907-1985). O maestro Carlos Prazeres, jovem talento da música clássica, assumiu a batuta e regeu mais um concerto da Série Aquarela, que se caracterizava por apresentações de música de câmara.

O programa trouxe três suítes da série Bachianas Brasileiras, de Villa-Lobos e uma obra do compositor José Siqueira. Começando por Bachianas nº1, a peça foi para orquestra de violoncelos e tem início com uma embolada brasileira e passa pela modinha, criando um ambiente de conversa entre os instrumentos.

Na sequência do concerto, teremos a Bachianas nº5, para canto e orquestra de violoncelos, com solo da soprano Elayne Casehr. Em dois movimentos, Ária (Cantilhena) Dança (Martelo), essa suíte fez referência aos ponteios de violões de seresta.

A última Bachianas do programa é a de nº9, composta para orquestra de vozes ou cordas. Produzida em 1945, a obra completou esse ciclo de Villa-Lobos.

O paraibano José Siqueira, fundador da Orquestra Sinfônica Brasileira, cujas composições têm forte cunho nacionalista, também foi lembrado nessa apresentação. Concerto para Oboé e Cordas, de sua autoria, finalizou a programação com a participação do solista de oboé, Alexandre Ficarelli.

 

Série Aquarela

A Série Aquarela caracterizava-se por apresentações de música de câmara, na qual abriu-se um importante espaço para a valorização desta importante e intimista forma da expressão musical. Duetos, trios, quartetos e pequenas orquestras ou grupos instrumentais mostraram a face talvez mais elaborada de compositores conhecidos por suas populares sinfonias.

Participaram desta série instrumentistas e regentes convidados e principalmente músicos que formam a OSUSP, elevando ainda mais a qualidade desta orquestra por meio desta atividade de aperfeiçoamento numa linguagem tão virtuosística quanto de intensas e expressivas linhas muito tênues. Realizavam-se 32 concertos ao longo do ano, com programação totalmente elaborada e retornando ao público este espaço de concertos em nossa cidade gratuitamente.

 

PROGRAMA – TEATRO DA FACULDADE DE MEDICINA DA USP

Regência: Maestro Carlos Prazeres

Programa:

Bachianas Brasileiras nº 1 

Bachianas Brasileiras nº 5 – solista: Elayne Casehr

Bachianas Brasileiras nº 9 

Concerto para Oboé e Cordas do Maestro José Siqueira – Solista: Alexandre Ficarelli

MAESTRO CARLOS PRAZERES 

Graduado na UNI-Rio, discípulo de Luís Carlos Justi e com especialização na Academia da Orquestra Filarmônica de Berlim, onde estudou sob a orientação de Andréas Wittmann, chegando a atuar como primeiro-oboé e como solista na Barock Orchester Berlin, o oboísta CARLOS PRAZERES, 31 anos, é hoje um dos mais importantes músicos em seu instrumento no país e começa a se destacar na arte que consagrou seu pai, o maestro Armando Prazeres.

Seus primeiros contatos com a batuta aconteceram em 2003, sob a orientação do maestro Roberto Duarte. Depois de preparar a Orquestra Petrobras Sinfônica para o maestro Isaac Karabtchevsky em todas as ocasiões em que ele esteve à frente da orquestra desde sua chegada, em 2004, Carlos Prazeres foi convidado pelo titular da orquestra para ser seu regente-assistente, cargo que assumiu oficialmente em 2005.

Frequentemente convidado a dirigir em todo o território nacional, além de já ter estado à frente das Sinfônicas de Brasília (Teatro Nacional Cláudio Santoro) e Manaus (Amazonas Filarmônica), já tem agendado para 2007 concertos com a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e ainda com a Orquestra Petrobrás Sinfônica, aonde acaba de realizar o oratório “O Messias” de Handel no concerto de comemoração dos 20 anos de existência da orquestra.  No exterior já esteve à frente da  Orchestre National des Pays de La Loire ,na França, da Orquestra do Festival Internacional de Riva del Garda, na Itália, e ainda da Orquestra Jovem das Américas.

ELAYNE CASEHR – SOPRANO

Natural de Goiânia, é bacharel em Canto pela Universidade Federal de Goiás e hoje está sob a orientação vocal de Isabel Maresca e Juvenal de Moura, desenvolvendo vasto repertório operístico, sinfônico e de Câmera.

Estreou no Theatro Municipal de São Paulo como solista em abril de 2001 interpretando o “Requiem” (G. Verdi) com a Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo (OSM) sob a regência de Tullio Colacioppo. Entre as principais obras em que atuou desde então como solista estão: “Missa op. 4” (C. Saint-Saëns) com a OSM, regência de Mário Záccaro, “Salmo 42” e “Hymne” (Mendellsohn) com a OSM, regência de Jayme Guimarães; “Réquiem” (W. A. Mozart), com a Orquestra Sinfônica de Goiânia, regência de Marshal Gaioso, “Missa Glagolítica” (L. Janackec) com a OSM , regência de Ira Levin, “Bachianas n° 5” (H. Villa-Lobos) sob a regência de Diogo Pacheco, Ópera “Lohengrin”/ pagem (R.Wagner) com a OSM, regência de Ira Levin, “Glória” (F. Poulenc) com a Orquestra Experimental de Repertório, regência de Naomi Munakata, Floresta Amazônica (H. Villa-Lobos), regência de Roberto Bologna.

Em 2006 estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro cantando a Oitava Sinfonia de Mahler (soprano I) com a Orquestra Petrobrás Sinfônica, regência de Isaac Karabtchevsky.

Recentemente atuou como solista no Oratório “Elias” (F. Mendellsohn) com a OSM , regência de Mário Záccaro.

ALEXANDRE FICARELLI – OBOÉ

Nascido em São Paulo começou seus estudos aos dez anos de idade com Paulo Rogério Arantes e posteriormente com Luis Carlos Justi em Piracicaba. Em São Paulo recebeu orientação de Marcos Mincov e Benito Sanchez, neste período foi agraciado com o Prêmio Jovens Solistas da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo em 1986 e 1988.

Em 1989 iniciou seus estudos superiores na Alemanha, na Escola Superior  de  Música de  Stuttgart  na  classe  do Prof. Ingo Goritzki, os quais concluiu em junho de 1996 com os títulos Orchesterdiplom e Künstlerisch Aufbaustudium; graduação e pós-graduação respectivamente. Obteve no período de graduação uma bolsa de estudos da Fundação Vitae.

Participou de diversas formações instrumentais entre elas destacam-se: Deutsche Kammerakademie Neuss (gravando dez CDs e realizando tournées pela Alemanha, Áustria, Austrália e Brasil), com a Stuttgarter Kammerorchester (tournée pela Espanha), com a Bachakademie e Bach Collegium Stuttgart (tournée pela Alemanha), com a Orquestra Sinfônica do Festival de Schleswig-Holstein (gravações para a televisão alemã ZDF e tournée pela Suiça e Alemanha) e com a Orquestra Filarmônica de Ulm com a qual desenvolveu um trabalho conjunto, como membro estável na temporada 1995/96.

Carlos Prazeres Créd. Andreia Russi
Carlos Prazeres Créd. Andreia Russi

No seu retorno foi convidado a atuar como primeiro oboísta frente a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre. Desde setembro de 1996 ocupa o cargo de primeiro oboé da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo.  Tem atuado como camerista e solista com grande repercussão no cenário musical brasileiro. É professor de oboé no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo.

O concerto aconteceu no ano de 2007, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para a OSUSP.

Foto: Carlos Prazeres (Créditos: Andreia Russi)