A mostra DESIGN USA traçou um panorama do design gráfico norte-americano contemporâneo, com obras de David Carson, Fred Troller, Louis Danziger, Massimo Vignelli, Michael Schwab, Milton Glaser, Michael Bierut, Nancy Skolos, Paul Davis Paula Scher, Steff Geissbuhler e Woody Pirtle, de 28 de setembro a 21 de outubro, na ESCOLA PANAMERICANA DE ARTE.

Dividido em duas exposições, DESIGN USA – POSTERS e DESIGN USA, o evento apresentou várias vertentes da criação de profissionais consagrados, da década de 60 aos anos 90. Na galeria da Unidade Angélica, houve cerca de 90 pôsteres inéditos, incluindo peças assinadas e séries de 11 designers gráficos norte-americanos. Já na Unidade Groenlândia, estiveram expostos cerca de 80 painéis, com trabalhos multidisciplinares desses mesmos artistas, entre catálogos, embalagens, logomarcas, design editorial e peças de campanhas publicitárias.

Desde 96, o curador da mostra e diretor da ESCOLA PANAMERICANA DE ARTE, Enrique Lipszyc, vem coletando este material, para reuni-lo em uma grande exposição que refletisse várias épocas e estilos do Design Gráfico norte-americano.

O resultado é uma coletânea que apresenta, entre outra peças:

– um dos primeiros trabalhos do consagrado designer David Carson;

– pôsteres premiados como Peace, a celebração do segundo século da Biblioteca Pública de Nova Iorque e o 25º Aniversário do Alvin Ailey American Dance Theater, de Steff Geissbuhler;

– o trabalho inovador de colagens sobre formas tridimensionais de Nancy Skolos;

– a criatividade ilimitada do célebre Push Pin Studios pelas mãos de Milton Glaser e Paul Davis ;

– o profissionalismo da Pentagram, representada por Paula Scher, Michel Bierut e Woody Pirtle.

PÔSTER MANIA

Uma das principais razões do valor dos pôsteres, é o fato de mostrarem as mudanças na sociedade. A proliferação do gênero nos anos 60, está diretamente ligada ao clima de ativismo social que imperava nesse período. De lá para cá, passaram a dar conta da efervescência cultural de grandes metrópoles, campanhas institucionais e, até mesmo, da própria evolução do Design gráfico, entre outras inúmeras possibilidades de uso.

OS TOPS DO DESIGN GRÁFICO NORTE-AMERICANO

 

David Carson revolucionou o Design Gráfico nos Estados Unidos e no mundo no início dos anos 90, a partir do projeto gráfico das revistas Beach Culture e Ray Gun Magazine, na Califórnia. Com um estilo que mescla palavras e imagens, ele usa tipos não-ortoxos, fragmenta letras e palavras, sobrepõe textos e fotos. Sua nova linguagem visual lhe rendeu centenas de prêmios nos EUA e no exterior, seja na área editorial ou publicitária. Atende clientes como American Express, Nike, MTV, Prince, David Byrne e, no Brasil, a revista Trip.

Fred Troller graduou-se em uma das melhores escolas européias de Design, a Kunstgewerbeschule, em Zurique, onde desenvolveu uma carreira meteórica, até mudar-se para Nova Iorque, nos anos 60. Formado em meio a tradição do design suíço, mas fortemente influenciado pela dinâmica de Nova Iorque, caracteriza seu estilo como resultado de extensas experimentações com novas imagens e técnicas. A racionalidade de suas criações é uma das marcas de seu trabalho, publicado e premiado tanto nos Estados Unidos quanto na Europa.

Louis Danziger interessou-se pelo Design aos 15 anos e, quando passou a estudar, foi aluno de Alvin Lustig e Alexey Brodovitch. Considerado um dos mestres do Design norte-americano moderno, possui trabalhos em coleções do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, no Los Angeles County Museum of Art e na Biblioteca do Congresso.

Martin Pedersen começou sua carreira atuando em design publicitário e corporativo.  Em meados dos anos 70, uniu-se a Vance Jonson, Kit e Linda Hinrichs e Neil Sahakery para montar um grande time de designers com escritórios em Nova Iorque e São Francisco. Ganhou centenas de prêmios em todas as categoria, lecionou em escolas e universidades e comprou a Graphis Press, uma editora internacional que publica a revista Graphis, uma das publicações de design mais respeitadas do mundo.

Massimo Vignelli é considerado pela crítica um dos designers mais importantes das últimas décadas. Nasceu em Milão e, entre várias idas e vindas, estabeleceu-se nos Estados Unidos em 1978.  Seu trabalho faz um verdadeiro elogio à pureza da forma na Comunicação Visual, rejeitando o decorativo. Com peças pertencentes ao acervo de vários museus americanos e europeus, Vignelli recebeu vários prêmios além de ter sido presidente de várias instituições da área: AGI, AIGA e IDSA.

Michael Bierut é um dos sócios da Pentagram. Ele criou seu primeiro poster aos 15 anos para uma peça de teatro na escola. A espirituosidade é a marca registrada de seu trabalho, no qual o preenchimento dos espaços brancos e a justaposição de formas só têm sentido a serviço de uma idéia. Colocar o público diante de uma descoberta é um de seus principais méritos.

Michael Schwab nasceu em Oklahoma, mas vive na Califórnia, onde estabeleceu seu estúdio, considerado um dos líderes da área nos Estados Unidos. Criou logomarcas e pôsteres bastante populares, como os idealizados para a Polo e a Nike. Seu trabalho é conhecido pela amplitude, uso de imagens gráficas, grandes áreas de uma só cor e perspectivas radicais. A simplicidade é seu ponto forte.

Milton Glaser é o fundador do renomado Push Pin Studios, representante de uma tradição formalista pós-Bauhaus, baseada no cálculo de limites, forma e escala e preocupada com a pureza do Design. Seus pôsteres manifestam uma singular habilidade em combinar sua visão pessoal com a essência do conteúdo. Desde os anos 80, Glaser vem se tornando cada vez mais interessado em ilusões e jogos com as dimensões dos objetos representados. Em vários trabalhos, ele explora o diálogo entre a percepção e o conceito iconográfico.

Nancy Skolos trabalha com seu marido, o fotógrafo Thomas Wedell, desde 1980. Ambos dedicam-se a diminuir as fronteiras entre o Design Gráfico e a Fotografia, criando imagens tridimensionais influenciadas pela pintura moderna. Seus pôsteres estão incluídos na coleção de Design Gráfico do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque.

Paula Scher desenvolveu seu estilo durante os 10 anos que trabalhou na CBS Records. Em 1991, tornou-se sócia da Pentagram. Seu trabalho é uma mescla de linguagens e influências históricas e contemporâneas, tratadas com refinado senso de humor e bom gosto. Entre os seus clientes estão The New York Times Magazine, The Public Theater, o Museu de História Natural, entre outros. Sua obra está representada nas coleções do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, no Centro George Pompidou de Paris e no Museu do Pôster de Zurique.

Paul Davis consagrou-se em nível internacional, nos anos 60, por seus trabalhos de pintura e ilustração com raízes surrealistas e naifs. Em 1963, ingressou no Push Pin Studios e desde então destaca-se por seu estilo diferenciado para a criação de capas e páginas das maiores revistas norte-americanas. Ele é considerado um caso extraordinário de combinação de arte, comunicação e design.

Steff Geissbuhler formou-se em design gráfico pela Escola de Arte e Desenho de Basel, na Suíça, em 1964, e nos anos seguintes transferiu-se para a Filadélfia. A importância de Geissbuhler no cenário de design gráfico americano e mundial é tão expressiva quanto os prêmios que recebeu: Instituto Americano de Artes Gráficas, Clube de Diretores de Arte nos Eua, Bienais Internacionais de Pôsteres, US Federal Achievements Design Award, First Swiss National Prize for Applied Arts, entre outros. Sua excelência, principalmente  na área de programação de identidade corporativa, é resultado de suas criações para importantes clientes como: Times Warner, NBC, Merck, National Public Radio, Mobil, Philip Morris e  muitos outros.

Woody Pirtle começou sua carreira em Dallas, em 1969. Abriu seu próprio estúdio em 1978, oferecendo consultoria gráfica e serviços criativos para grandes corporações, empresas de relações públicas e agências de propaganda. Foi intitulado Comunicador do Ano, pelo Clube dos Diretores de Houston, em 1979 e foi eleito diretor do American Institute of Graphic Arts em 1982. Atualmente faz parte do time da Pentagram.

O evento aconteceu no ano de 1999, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para a Escola Panamericana de Artes.