Com direção de FELIPE HIRSCH, da Sutil Cia. de Teatro, e à frente do elenco ANDRÉA BELTRÃO e PAULO BETTI (também produtores na temporada paulista), o espetáculo COMO APRENDI A DIRIGIR UM CARRO abriu a temporada do novo Teatro VIVO. Brincando com cortes na narrativa épico-dramática, a peça mais famosa da escritora americana Paula Vogel foi vencedora do Pulitzer de 1998 (How I Learned to Drive). Trata-se do primeiro texto encenado no Brasil desta dramaturga, um dos principais nomes do teatro americano contemporâneo.
A montagem foi indicada ao Shell de Melhor Iluminação, assinada por Beto Bruel – 16ª edição carioca do prêmio. No elenco, também estiveram Catarina Abdala, Stela Freitas, Mário Borges e Felipe Koury. A peça contou com cenário de Daniela Thomas, figurinos assinados por Rita Murtinho e tradução de Erica Migon.
Andréa Beltrão, que já trabalhou , em Memória da Água, voltou aos palcos paulistanos para encenar a peça A Prova, pela qual ganhou o Shell de Melhor Atriz. Na trama de COMO APRENDI A DIRIGIR UM CARRO, ela interpretou Li’l Bit (corruptela de Little Bit), uma mulher de 40 anos que recorda situações vividas na juventude (anos 70) e, em especial, na adolescência (anos 60), quando o tio quarentão Peck (Paulo Betti), um veterano da Segunda Guerra, a ensinou a dirigir. Mais do que isso: além de ser seu instrutor, Peck foi também o protagonista de sua primeira experiência sexual. Já bem vivida, Lil’ Bit pode olhar com um certo distanciamento – e muito humor – para o passado e ver que o mesmo tio que a feriu também lhe deu inestimáveis presentes.
Bastante elogiada na temporada teatral nova-iorquina de 1997, a peça esteve em cartaz com Mary-Louise Parker (mesma atriz que interpretou Catherine no espetáculo A Prova, personagem de Beltrão na montagem brasileira desse texto) e David Morse nos papéis principais. Na época, foi considerado como um dos melhores espetáculos da década de 90 pelo jornal USA Today e como o Melhor Espetáculo Inédito da Temporada pelo jornal Wall Street. Recebeu todos os principais prêmios americanos: Lucille Lortel, Drama Desk, Outer Critics, prêmio da crítica de Nova York de Melhor Espetáculo e Obie de Melhor Peça, além do Pullitzer de Melhor Texto.
Ainda que contundente e pertubador, o drama de Paula Vogel foi conduzido com toques de humor, que fazem do riso um importante contrapeso para o complicado relacionamento entre os personagens.
TEATRO VIVO
O Teatro VIVO, situado no Espaço Cultural VIVO, é administrado pela Cult Empreendimentos Culturais. Com direção de Mário Martini, a empresa tem como objetivo produzir bens culturais múltiplos e oferecer facilidades de atendimento e serviços ao público. Sob sua direção estão outros três importantes Teatros de São Paulo, como: Hilton, Renaissance e Aliança Francesa.
O Espaço Cultural VIVO, em parceria com o Instituto Brasil Digital – IBD, também conta com uma programação específica para o público escolar realizada no Teatro VIVO. Com encenações teatrais de autores brasileiros e estrangeiros consagrados, o espaço proporciona aos alunos de ensino fundamental e médio das escolas públicas o acesso a grandes peças teatrais gratuitamente. “O Mercador de Veneza”, de William Shakespeare, a primeira peça encenada a este público.
O evento aconteceu em 2004, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para o Teatro Vivo.