Dona de uma das vozes mais marcantes do Amapá, Patrícia Bastos lançou seu trabalho “Zulusa”. Distribuído pela Tratore, o disco apresenta a variedade de ritmos do norte do país, misturando o batuque, marabaixo, cacicó e zoulk com guitarrada, embolada, cúmbia e fado. Com a proposta de focar no aprofundamento desses ritmos, norteado pelas influências musicais de Patrícia Bastos, como um passeio pelo seu ambiente musical, “Zulusa” também extrapola os limites geográficos e apresenta inovação e profundidade sonora.

Neste álbum a cantora retrata a arte regional como algo contemporâneo e universal e consolida a proposta da busca por uma sonoridade mais latente, já anunciada em “Eu Sou Caboca”, disco lançado em 2009 e que lhe rendeu duas indicações ao Prêmio da Música Brasileira. “Zulusa” é o quinto disco de Patrícia Bastos e significa a junção de zulus + lusitanos, que somado ao índio, é a origem ancestral da cantora e também a essência do povo amapaense.

Produzido por Dante Ozzetti e Du Moreira na ponte São Paulo – Macapá, priorizaram um tratamento sonoro que coloca a origem regional e amplia seu conteúdo para uma sonoridade de linguagem universal. Seja por meio de inserções eletrônicas, que dialogam com os instrumentos acústicos, ou pelo processo de modulação que permite autonomia dos instrumentos percussivos na sustentação das músicas.

O álbum reuniu compositores regionais e também nomes conhecidos nacionalmente, como Luiz Tatit, com o cacicó ‘Causou’, em parceria com Dante Ozzetti; e os cariocas Guinga e Paulo César Pinheiro, autores de ‘Ribeirinho’, composta nos anos 1980, interpretada na voz de Patrícia Bastos e pelo piano sutil e cristalino de Heloísa Fernandes; e o gaúcho Vitor Ramil que contribui com a composição do fado ‘Miss Tempestade’, junto com Ricardo Corona.

E ainda, participações especiais, como a do cantor e compositor paraense Felipe Cordeiro, que assina a faixa ‘Mais Uma’ junto com Júnia Vale; do músico Marcelo Pretto, em ‘Canoa Voadeira’ e ‘Rodopiado’; do Trio Manari, que atua na percussão de todas as faixas do disco, com exceção de “Miss Tempestade” e “Ribeirinho”; além do grupo de percussão Raizes do Bolão, originário do quilombola Curiaú, que participa de duas faixas.

Zulusa” nasceu a partir da composição da música-título de Celso Viáfora com Joãozinho Gomes. O processo de pesquisa no campo rítmico e autoral das composições durou cerca de um ano e as músicas foram encomendadas aos autores, exclusivamente para esse projeto. Com o lançamento em 2013, os shows também estão previstos para o primeiro semestre do ano.

Repertório “Zulusa”

  1. Canoa Voadeira (Allan Carvalho e Ronaldo Silva) / 2. u amassu i u dubradú (Dante Ozzetti e Joãozinho Gomes) / 3. Zulusa (Celso Viáfora e Joãozinho Gomes) / 4. Linha Cruzada (Leandro Dias e Carla Cabral) / 5. Boi de Rua (Floriano e Jorge Andrade) / 6. Incantu (Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes) / 7. Miss Tempestade (Vitor Ramil e Ricardo Corona) / 8. No Laguinho (Paulo Bastos) / 9. Causou (Dante Ozzetti e Luiz Tatit) / 10. Mais Uma (Felipe Cordeiro e Júnia Vale) / 11. Mal de Amor (Val Milhomem e Joãozinho Gomes) / 12. Rodopiado (Ronaldo Silva) / 13. O Batuque (Amadeu Cavalcante e Joãozinho Gomes) / 14. Ribeirinho (Guinga e Paulo César Pinheiro)

Ficha técnica

Direção musical e arranjos Dante Ozzetti / Produzido por Du Moreira e Dante Ozzetti / Mixado por Ricardo Mosca / Masterizado por Carlos Freitas na Classic Master / Fotos Johne Sena, Macapá, AP / Produção Executiva Carla Cabral / Produção Fonográfica Patrícia Bastos / Raizes do Bolão gravado por Edilson Dutra no Estúdio Cannuty, Macapá, AP / Trio Manari gravado por Assis Figueiredo no Estudio APCE, Belém PA / Guitarras de “Mais Uma” gravada por Paulo Le Petit no Estudio Outra Margem, São Paulo, SP / Demais gravações por Wagner Meirinho, no NaCena Studios, São Paulo, SP

O lançamento aconteceu no ano de 2012, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação.