A Orquestra Sinfônica da USP apresentou um repertório de homenagem ao cinquentenário da morte de Arturo Toscanini (1867-1957). Em um concerto realizado na Sala São Paulo, sob a regência de seu maestro e diretor artístico, Carlos Moreno, a OSUSP celebrou o trabalho deste maestro italiano que se destacou por sua atuação dividida entre a direção artística de óperas e a regência de orquestra, promovendo um intenso diálogo entre a música lírica e a de concerto.
Para isso, foram interpretados trechos de algumas composições de três expoentes da história da música erudita que lidam com esta dicotomia de gêneros: o austríaco Wolfgang Amadeus Mozart (1756-1791) e os italianos Giacomo Puccini (1858-1924) e Giuseppe Verdi (1813-1901). Junto à orquestra, participaram como solistas convidados a soprano Rosana Lamosa e o tenor Fernando Portari, duas das maiores vozes da música lírica brasileira contemporânea.
O programa, divido em duas partes, trouxe aberturas, árias e demais trechos das obras A Flauta Mágica, de Mozart; Manon Lescaut, Tosca, La Rondine, Turandot e La Bohème, de Puccini; e La forza del destino, Rigoletto, I Vespri Siciliani, Nabucco e La Traviata, de Verdi.
Com esta apresentação, a OSUSP encerrou a Série Mosaico, que em outras três ocasiões, respectivamente, apresentou obras de compositores brasileiros como Villa-Lobos e Carlos Gomes, interpretou temas de peças de Shakespeare e homenageou o finlandês Jean Sibelius. Os concertos temáticos da OSUSP, que prosseguem no segundo semestre com a Série Têmpera, têm por objetivo lembrar o centenário de Camargo Guarnieri, primeiro maestro da orquestra, e ampliar ao público brasileiro o acesso à música erudita, com um repertório marcado pela diversidade.
PROGRAMA – SALA SÃO PAULO
1ª PARTE
WOLFGANG A. MOZART.
– A Flauta Mágica KV 620: Abertura – 7’.
– A Flauta Mágica KV 620: Ária de Pamina – Ach, ich fülh’s, es ist verschwunden – 4’.
GIACOMO PUCCINI.
– Manon Lescaut: Intermezzo – 5’.
– Tosca: Cavadarossi – Recondita armonia – 3’.
– La Rondine: Magda – Che il bel sogno di Doretta – 2’.
– Turandot: Calaf – Nessun Dorma – 4’.
– La Boheme: Duetto – Rodolfo e Mimi – O soave fanciulla – 4’.
2ª PARTE
GIUSEPPE VERDI.
– La forza del destino: Sinfonia – 7’.
– Rigoletto: Duetto – Duque de Mantova e Gilda – “È il sol dell’anima… Addio, addio speranza è d’anima” – 4’.
– Rigoletto: Duque de Mantova – La donna è mobile – 2’.
– I vespri siciliani: Sinfonia – 10’.
– Nabucco: Sinfonia – 7’30’’.
– La Traviata: Preludio – 4’.
– La Traviata: Brindisi – 3’.
– La Traviata: Violetta – È strano! È strano! Ah forse lui…; Folie!Folie!; Sempre Libera… – 10’.
ROSANA LAMOSA – SOPRANO
Cantora de grande destaque nos palcos do Brasil, Estados Unidos e Europa, a carioca Rosana Lamosa é reconhecida como uma importante soprano brasileira. Deu início a sua carreira internacional com apresentações na Ásia e na Europa, especialmente em Portugal e na Suíça. Posteriormente, participou de Il Guarany em Lisboa, além de concertos pelos Estados Unidos. No Brasil, é presença freqüente nos principais palcos de ópera e participou das estréias mundiais das óperas Alma, de Claudio Santoro, e de A Tempestade, de Ronaldo Miranda.
Recebeu da crítica especializada o Prêmio APCA de melhor cantora erudita, em 1996, e o Prêmio Carlos Gomes, em 1999 e em 2002, por sua carreira de destaque na música lírica. Sua discografia inclui as Canções de Amor, de Claudio Santoro e Vinícius de Moraes com Marcelo Bratke (selos Quartz/Clássicos), a ópera Jupyra, de Francisco Braga com a OSESP (selo Bis), e as Bachianas Brasileiras nº 5, de Villa–Lobos com a Nashville Symphony Orchestra (selo Naxos).
Lamosa é ainda professora conferencista de ensino musical na faculdade de música da USP-Ribeirão Preto, além de atuar como professora e cantora no Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.
FERNANDO PORTARI – TENOR
Com uma carreira internacional em franca ascensão, Fernando Portari se apresentou recentemente ao lado de Anna Netrebko, com a Staatsoper Berlin, na ópera Manon de Massenet, sob direção de Daniel Barenboim. Esteve nos teatros La Fenice de Veneza, na Ópera de Roma e no Teatro São Carlos de Lisboa. Carioca de Vila Isabel, é filho do tenor Pedro Portari, com quem iniciou seus estudos de canto lírico. Reconhecido pela crítica – Prêmio APCA 1997 e Prêmio Carlos Gomes 1997 e 2004 – tornou-se rapidamente um nome sempre presente nas temporadas líricas e de concertos do Brasil. É ainda professor conferencista de canto, no Departamento de Música de Ribeirão Preto da USP e professor do Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão.
ARTURO TOSCANINI
Arturo Toscanini é considerado um grande responsável pelo diálogo entre a músicas lírica e a de orquestra. Estudou no Conservatório de Parma e se tornou violoncelista da orquestra do Teatro Scala, de Milão. Nesta época, durante uma apresentação da ópera Aida no Rio de Janeiro, o regente contratado foi vaiado pelo publico presente. Com apenas 19 anos, Toscanini foi então convidado a subir ao podium e regeu a ópera de maneira tão magnífica que o público do Rio, considerado então como um dos centros mundiais da ópera, passou a reverenciá-lo, iniciando uma das mais bem sucedidas carreiras da história da música erudita. Toscanini ainda regeu a estréia mundial de várias óperas de Puccini e posteriormente se estabeleceu em Nova Iorque, onde se tornou regente do Metropolitan Opera House e da Orquestra Sinfônica de Nova Iorque.
O concerto aconteceu no ano de 2007, com a assessoria de imprensa da Marra Comunicação para a OSUSP.
Foto: Rosana Lamosa e Fernando Portari (acervo da Marra Comunicação)